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sábado, janeiro 03, 2009 

Mais reféns

Os funcionários do governo israelita que escrevem nos blogs e nos jornais portugueses tentam fazer passar a mensagem de que a população de Gaza e em geral os palestinianos são uma seita de psicopatas fundamentalistas que, mais conversa de "reféns" menos conversa de reféns saída agora da cartola dos serviços de acção psicológica americanos e israelitas para amenizar a sensação de nojo que na Europa ainda vai persistindo relativamente aos crimes de guerra de Israel, não merecem mais do que aquilo que diariamente aturam.
Há poucos anos atrás conheci superficialmente um rapaz palestiniano que estudava em Portugal. Muçulmano que vivia intensamente a sua religião como um qualquer católico praticante, a sua preocupação maior não era a de condenar israelitas ou matar israelitas ou propagar o Corão.
O traço que mais transparecia da sua personalidade era a angústia constante com a situação da sua família permanentemente afectada pelas consequências da ocupação israelitas.
Nós portugueses, que berramos lágrimas de sangue de cada vez que a gasolina sobe dez cêntimos, a taxa Euribor dispara, temos de pagar uma taxa moderadora num hospital para tratar de um torcicolo ou um ignorante qualquer escreve nos jornais que "divergimos" da Europa, não temos noção do que é viver num quotidiano dominado pela total arbitrariedade e onde são organizações sinistras como o Hamas, por trágico que seja admiti-lo, que fazem figura de gente séria que se preocupa minimamente com as condições de vida das pessoas.
A Ester, a Condi e a restante seita sabem perfeitamente disto, mas para eles é "normal" que assim seja, já que sentem que estão a tratar com entes subhumanos.
Quem duvida que analise as razões pelas quais o Hamas domina em Gaza. Uma das mais importantes é a corrupção galopante em que caiu a Fatah que controla a Autoridade Palestiniana. Esssa corrupção galopante, que quando convém é argumento político, foi esquecida pelos ocidentais ao protegerem o actual presidente palestiniano uma vez que este assumiu o compromisso de se portar bem e ser cooperante com Israel.
Ora se os irredutíveis do Hamas são bombardeados por serem uma ameaça para Israel, vejam-se as grandes conquistas do Presidente Mahmoud Abbas com a sua política de "diálogo", isto é, resignação à derrota? Muros e novos colonatos e a manutenção de um quotidiano miserável. A Autoridade Palestiniana transformou-se numa espécie de corpo de cipaios que assegura paz de espírito a Israel para prosseguir com as suas arbitrariedades e o triste Abbas não sabe sequer para onde se virar neste momento . Um dia critica Israel, outro dia condena o Hamas...
A designação de reféns poderia também ser aplicada aos milhares de israelitas que, apesar de viverem o quotidiano de violência imposto pelo conflito conseguem ter opiniões corajosas e independentes do discurso oficial reproduzido pelas correias de transmissão do tipo Dona Ester & companhia, vide alguns dos testemunhos publicados ontem no Público. Vivem reféns dos racistas, militaristas e fanáticos religiosos que dominam em Israel.

obrigado pela participação.
qual a fonte de onde provém estas imagens?

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