terça-feira, junho 30, 2009 

Regresso ao passado

Também eu dou mostras de querer regressar (muito rapidamente) à infância...
Daí a criminosa calinada na última frase deste post.
(só fui falar do regresso à infância para arranjar um pretexto relativamente comezinho para falar do caso. Na realidade nunca dei erros destes, nem na instrução primária, o que me chocou duplamente quando reli a coisa).

 

O futuro de um passado radioso

É você que anda preocupado com o terrível clima de condicionamento da opinião pública imposto pelo Governo Sócrates?
Esteja descansado que não tarda nada, um fututo radioso nos levará de volta a um recente passado mítico de felicidade.

 

O delicado tecido das nossas discussões políticas urgentes (1)

Há uns dias atrás era a notícia deprimente de que os portugueses são o povo mais infeliz da Europa.
Como converter dados avulsos em informação quando a abundância de dados avulsos permite que se escreva tudo e mais alguma coisa e o seu contrário sobre todos os assuntos?
Digão-me como é porque eu adoro ter certezas.

domingo, junho 28, 2009 

A nova superpotência

Qualquer que seja o resultado final do jogo, os Estados Unidos ao chegarem ao intervalo da final da Taça das Confederações a vencer o Brasil por concludentes dois a zero, depois de terem eliminado claramente a Espanha na meia final, mostram que estão finalmente dispostos a ocupar o seu natural lugar de super potência do futebol.
Ninguém os viu chegar, ninguém presta atenção aos seus jogadores, a não ser na qualidade de figuras secundárias nalguns dos melhores clubes europeus, mas a partir daqui nada será como dantes.

 

Aviso sério

Aviso muito sério à esquerda democrática europeia:
A extrema direita obtém 39,34% na primeira volta das eleições municipais em Hénin-Beaumont.

domingo, junho 14, 2009 

À vontade do freguês

Os portugueses devem ao inesperado cabeça de lista do PPM, Frederico Duarte de Carvalho do blog "Para mim tanto faz", um dos momentos altos dos tempos de Antena para as eleições europeias.
Foi um momento alto porque veio revelar ao mundo mais uma terrível carência dos portugueses, pelo menos os que andam de autocarro, desempregados ou não: a de não saberem que podem ser monárquicos.
Apesar de ter tido uma votação inferior à das eleições anteriores (presumo que as europeias) o PPM ficou satisfeito por ter tido a enormidade de 13.771 votos na eleições europeias.
Esplêndido para um partido que pretende nada mais nada menos do que mudar de regime.
A votação é a prova cabal da inapelável ignorância que a República trouxe a Portugal: o povo, mal informado, "ignora" as miríficas vantagens da Monarquia.
Para já, enquanto os restantes portugueses, coitados, andam de autocarro e, ignorantes, não sabem que podem votar no PPM, há que celebrar a vanguarda dos 13.771. Já são mais do que os de Aljubarrota...
Mas que ninguém pense que lá por ter tido uma votação escassa o PPM se inibe de apontar, num ecercício de rigor que nos dá um lamiré da seriedade de análise a que teríamos direito caso se desse a tal mudança de regime, um derrotado nestas eleições: o Bloco Central.
A cada um a sua mania...

sábado, junho 13, 2009 

Flash

Ao zapar para o canal apercebi-me do indicador do nome do programa no canto inferior direito do ecran: A voz do cidadão.
Na imagem, o logotipo da Rosa & Teixeira.

 

e explicações

Podem arranjar-se muitas teorias para explicar o descalabro do PS nas últimas eleições europeias em Portugal e o descalabro da esquerda europeia nessas eleições.
Mas dizer que a derrota do PS se deveu às suas "políticas de direita" quando quem ganhou claramente, em Portugal e na Europa, foi a Direita, não soa a ridículo?

 

E prontos...

O povo lá escolheu.
Escolheu? Até que ponto é isso possível no país dos Ayatollahs?

sexta-feira, junho 12, 2009 

Explicações

Tantas explicações para a elevada abstenção das eleições europeias, e no entanto há uma coisa que me parece evidente: a maior causa é a falta de educação cívica dos europeus, não há volta a dar-lhe. E também, pese embora a histeria "explicatória" dos analistas e da necessidade mórbida de perorar sobre a "crise" daquilo a que eles chamam depreciativamente de "sistema", da noção de que tudo se manterá relativamente estável, relativamente bem, e não se esperam para os próximos tempos crises catastróficas que alterem significativamente a vida das pessoas para o bem ou para o mal.
Repare-se no Irão: a sociedade urbana iraniana é provavelmente tão cosmopolita e blasé, como a nossa. No entanto, está condicionada por um regime político que é um arremedo de democracia, tem um grunho revisionista do holocausto como Presidente e conta com a inqualificável instituição de uma polícia nojenta ao serviço de uma casta religiosa corrupta, hipócrita e repugnante que vigia questões importantes como os centímetros de cabelo que as mulheres podem mostrar na rua.
Será que lá há menos corrupção? Menos "clima brutal de condicionamento da opinião pública" do que cá? Lá há menos descalabro económico, expectativas frustradas, desigualdade, desamparo?
Não. Lá há um problema sério e as pessoas vão votar com a intenção de resolvê-lo, oxalá o consigam.
O importante é que as queixas irresponsáveis de muitos descontentes CÁ, e a falta de educação cívica de muitos outros para quem a "impossibilidade de mudar o que quer que seja com o voto" é uma desculpa airosa para o seu egoismozinho mesquinho que não lhes permite levantar o cu da cadeira num Domingo para irem à Assembleia de Voto porque estão a fazer uma merda qualquer de fundamental importância para a puta que os pariu ou nem isso, não acabem por dar razões a um qualquer iluminado populista ou a um qualquer partideco de iluminados populistas de uma qualquer extrema para "dispensar" um direito e um dever fundamental da Democracia, dêem a volta que lhe quizerem dar.


quarta-feira, junho 10, 2009 

Dia de Portugal

Carlota prova como os portugueses são os mais tristes da Europa

 

Onde é que eu já vi isto?

Parece que nem no choradinho compulsivo sobre as desgraças que continuamente se abatem sobre o Portugal pós-democrático somos originais.
Eis o que a revista Der Spiegel escrevia há dias sobre o que os protagonistas dos acontecimentos de 1989 na Hungria que viriam a desencadear a Queda do Muro pensam da situação actual do seu País:
"Hungary's heroes of the crucial summer of 1989 reaped few rewards at home. Prime Minister Németh was denied promotion to the office of the president of the republic and spent the next nine years in London, where he served as vice president of the European Bank for Reconstruction and Development. He has no illusions when he contemplates the new Hungary today.
What he sees is a country that, once again, is practically bankrupt
(o Dr Medina Carreira tem um correspondente a Leste). He sees a deeply divided political landscape in which the once-united members of the opposition are practically at each other's throats. And he sees a prosperous clique in power, a group of which one of the 1989 picnic organizers says: "The people in power today are precisely those former leaders of the Communist youth organization who would have ended up in the same jobs even without the fall of Communism.""

segunda-feira, junho 08, 2009 

Tiro pela culatra

O PC e o Bloco vão alegremente e como de certo modo lhes compete, fazer os seus discursos sobre a "crise do capitalismo" e o castigo das "políticas de direita" do actual governo, mas o significado destas eleições europeias é claro, apesar da baixíssima afluência às urnas:
Os europeus que votam, parece que desejam um reforço da "europa neo-liberal".