Mondo bizarro
É sabido como outros povos, com singular evidência para os britânicos, sublimam as agruras de um percurso escolar onde os castigos corporais são comuns, extraindo dessas circunstâncias uma fonte - que a alguns de nós parece bizarra - de inesgotável gozo sexual para condimentar a sua vida adulta.
O português, modesto, retira das bárbaras sevícias sofridas na infância, a luz de um caminho de vida, sem esperar qualquer retribuição terrena.
Olha as reguadas e outros castigos corporais suportados em criança na escola ou em casa com uma nostalgia casta que nos desarma e envergonha pelo seu desprendimento o mais empedernido masoquista inglês para quem o sofrimento é apenas veículo de uma busca egoísta do prazer.
Hoje, pela enésima vez, quando seguia atrasado para um almoço hedonista com uns patuscos convenientemente adestrados para a pontualidade britânica por infâncias devidamente polvilhadas de asperezas e pequenas crueldades feitas "por bem", apanhei mais um taxista abençoando as reguadas com que uma professora primária à moda antiga lhe encheu nos bons velhos tempos o lombo.
"Um dia deu-me doze reguadas em cada mão para perfazer vinte e quatro que foram as palavras que eu falhei no primeiro ditado que fiz quando entrei para a segunda classe.
Como eu fiquei com as mãos todas inchadas chamou a minha Mãe para a avisar de que eu ficava dispensado de fazer os trabalhos de casa nesse dia. Que grande mulher!"
O português, modesto, retira das bárbaras sevícias sofridas na infância, a luz de um caminho de vida, sem esperar qualquer retribuição terrena.
Olha as reguadas e outros castigos corporais suportados em criança na escola ou em casa com uma nostalgia casta que nos desarma e envergonha pelo seu desprendimento o mais empedernido masoquista inglês para quem o sofrimento é apenas veículo de uma busca egoísta do prazer.
Hoje, pela enésima vez, quando seguia atrasado para um almoço hedonista com uns patuscos convenientemente adestrados para a pontualidade britânica por infâncias devidamente polvilhadas de asperezas e pequenas crueldades feitas "por bem", apanhei mais um taxista abençoando as reguadas com que uma professora primária à moda antiga lhe encheu nos bons velhos tempos o lombo.
"Um dia deu-me doze reguadas em cada mão para perfazer vinte e quatro que foram as palavras que eu falhei no primeiro ditado que fiz quando entrei para a segunda classe.
Como eu fiquei com as mãos todas inchadas chamou a minha Mãe para a avisar de que eu ficava dispensado de fazer os trabalhos de casa nesse dia. Que grande mulher!"
Pensamentos como o desse taxista persistem e o pior é que é em gente jovem que devia compreender que a autoridade conquista-se, não se impõe. E que os castigos corporais são meio caminho andado para agudizar ainda mais desequilíbrios de personalidade e violência. Há gente que se tivesse dois dedos de testa e percebesse as barbaridades do que diz pensava duas vezes antes de proferir qualquer palavra. Gostei do blog.
Posted by Anónimo | 10:52 da manhã