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domingo, julho 16, 2006 

Sem remissão

Não se percebe bem o que o Hezzbollah pretenderá com as suas provocações a Israel.
Até é possível que as faça tendo consciência dos resultados para que do caos resultante se fortaleça a sua influência sobre o Líbano.
Fenómenos como o do Hamas ou do Hezzbollah prosperam porque estas organizações são a Segurança Social que estados fragilizados pela guerra ou ideologias "liberalizantes" são incapazes de promover ou mesmo activamente impedem.
É claro que há sempre um preço a pagar quando a "caridade" radica no fervor religioso.
Por outro lado é edificante notar como Israel arrasa um país por dá cá aquela palha e nada acontece... salvo que os seus habituais apoiantes acham muito bem.
Deixaram de haver limites para o que pode um estado (esse estado em particular) fazer quando sente a sua "segurança ameaçada".
Que o Hezzbollah dispare um míssil contra uma povoação é, claramente, um crime.
Que Israel arrase um país com a sua aviação e liquide umas dezenas de pessoas, é "um direito".
Entenda quem quizer.
Passados quase cinco anos do 11 de Setembro, o "Ocidente", melhor dizendo o poder actualmente prevalecente, continua rigorosamente sem entender nada, definitivamente conquistada pela convição de que a força é a única forma de diálogo.
Durante anos, pese o paternalismo colonialista desta visão, olhou-se para os Estados Unidos e para a Europa como os irmãos grandes, que poderiam ajudar a promover a paz e o diálogo entre Israel e os seus vizinhos.
E até se deram alguns passos.
Mas hoje, relativamente a esta questão do Médio Oriente, uma questão chave desde há décadas para o equilíbrio geopolítico do planeta, torna-se evidente que a superpotência se encontra parasitada até ao seu topo por um pequeno país governado por uma casta de racistas e militaristas.
E é irreformável, porque neste aspecto nem uma mudança do partido no poder parece trazer mudanças significativas.
O que pensa o poder israelita é o que pensam o Presidente americano e os seus acólitos, não o contrário. O único sítio onde ainda parece haver uma opinião pública crítica e actuante ainda que muito minoritária face aos abusos do fanatismo político, religioso e militarista é no próprio Israel.
Percebem-se agora os contornos do "roadmap" prometido por Bush e altos teóricos como o Pacheco Pereira há três anos atrás (este, que até ao Cavaco pretende roubar a propriedade do célebre "Nunca me engano...", pode começar já a escrever uma réplica do grotesco "Quod Erat Demonstrandum" dedicado a este tema).
O traçado do novo muro da vergonha, a implantação dos postos de controle, o planeamento urbano dos colonatos invasores, a repressão fascista brutal contra os civis palestinianos.
Depois queixam-se do "terrorismo"? Estão à espera de quê? Rosas como em Bagdad? Outra vez?

«Depois queixam-se do "terrorismo"? Estão à espera de quê? Rosas como em Bagdad? Outra vez?». Não há nada que desculpe o terrorismo.

«Que o Hezzbollah dispare um míssil contra uma povoação é, claramente, um crime.
Que Israel arrase um país com a sua aviação e liquide umas dezenas de pessoas, é "um direito"». Concordo com essa critica aos apoiantes de Israel.

«Mas hoje, relativamente a esta questão do Médio Oriente, uma questão chave desde há décadas para o equilíbrio geopolítico do planeta, torna-se evidente que a superpotência se encontra parasitada até ao seu topo por um pequeno país governado por uma casta de racistas e militaristas». concordo totalmente, embora tb acho que aja racismo palestiniano. E de radicalismo nem é bom falar...

Concordo que nada há que desculpe o terrorismo. Mas não é disso que se trata aqui. É que nesta conversa, o "terrorismo" é apenas retórica, porque apenas de designa como terrorismo o terrorismo de um dos lados e uma forma, a mais tosca, de terrorismo.
esse é o grande triunfo do marketing político dos últimos anos.
Só é designado na política e nos media um tipo de terrorismo, provavelmente e apesar do arbitrário e do horroroso, aquele que menos vítimas produziu nesta guerra.
O terror terror, ou sejam os bombardeamentos, (imagina o que é estares no solo e ouvires a aproximação de uma esquadrilha de bombardeiros para te bombardear, imagina a explosão das bombas)as demolições as deportações forçadas, os "danos colaterais" às centenas produzidos "legalmente" pelo exército israelita é considerada normal porque esse estado tem direito a defender-se, a situação de terror quotidiano ( vida em condições de horror físico, material, psicológico) em que vivem um milhão de palestinianos é encarada com indiferença
Perante isto, se por exemplo um de nós tivesse de ser diariamente revistado com dedos estranhos nos nossos orifícios mais intimos, e o mesmo acontecendo às nossas mães, às nossas irmãs, às nossas filhas, (e pais, irmãos e filhos), apenas "por precaução" quando vamos trabalhar, se fosse essa a norma estabeecida, já talvez a nossa noção de "terrorismo nunca" sofresse algumas matizes.
A questão que coloco é esta: se israel se comporta assim com as suas vítimas, se os estados unidos a inglaterra e outros países apoiam esse comportamento, o que esperam de retorno?

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