A Bítima do sistema
Há que prestar algum tributo ao recente interesse televisivo no nativo de Santa Combadão. Tanta votação e documentário panegírico humanizaram-no.
Juntando-se à tendência, O Corcunda, um dos mais celebrados representantes da extrema direita blogosférica, lança uma luz reconfortante sobre o retrato da saudosa vítima de uma cadeira subversiva a soldo de Moscovo.
Juntando-se à tendência, O Corcunda, um dos mais celebrados representantes da extrema direita blogosférica, lança uma luz reconfortante sobre o retrato da saudosa vítima de uma cadeira subversiva a soldo de Moscovo.
Salazar nem era anti-democrata, garante.
"O seu desejo era ter circunstâncias que lhe permitissem de melhor forma adequar o país a um ideal comunitário, universalista e Cristão.
Houvesse povo para essa tarefa e Salazar seria democrata"
Talvez não seja abusivo imaginar que com as ondas certas, na praia certa e a pita loira certa observando impassível da duna as suas evoluções, Salazar teria sido surfista.
Com a música certa e o Carlos Tê certo (talvez o cardeal Cerejeira), teria sido um rocker badalado.
Se tudo tivesse corrido bem, com o povo a compreender e aderir e a vibrar, ter-se-ia vivido uma espécie de versão pré-PREC da "disciplina livremente consentida".
Talvez a vivessemos ainda, (oh deleite) e nesse caso nem seria necessário ( ou sequer possível) estarmos para aqui a falar.
O povo português, lá nisso é um bocado casmurro, mas o Salazar, para seu grande mérito, tentou convencê-lo das mais variadas maneiras, disso não restam muitas dúvidas. Alguns nem sobreviveram à cura.
O Corcunda seria certamente o primeiro elemento do povo cujo exemplo ajudaria Salazar a encarrilar no caminho da (sua) democracia.
Há e houve outros. Poucos, para nossa eterna mortificação.
O pior foi acabar de convencer o resto antes que emigrasse.
"O seu desejo era ter circunstâncias que lhe permitissem de melhor forma adequar o país a um ideal comunitário, universalista e Cristão.
Houvesse povo para essa tarefa e Salazar seria democrata"
Talvez não seja abusivo imaginar que com as ondas certas, na praia certa e a pita loira certa observando impassível da duna as suas evoluções, Salazar teria sido surfista.
Com a música certa e o Carlos Tê certo (talvez o cardeal Cerejeira), teria sido um rocker badalado.
Se tudo tivesse corrido bem, com o povo a compreender e aderir e a vibrar, ter-se-ia vivido uma espécie de versão pré-PREC da "disciplina livremente consentida".
Talvez a vivessemos ainda, (oh deleite) e nesse caso nem seria necessário ( ou sequer possível) estarmos para aqui a falar.
O povo português, lá nisso é um bocado casmurro, mas o Salazar, para seu grande mérito, tentou convencê-lo das mais variadas maneiras, disso não restam muitas dúvidas. Alguns nem sobreviveram à cura.
O Corcunda seria certamente o primeiro elemento do povo cujo exemplo ajudaria Salazar a encarrilar no caminho da (sua) democracia.
Há e houve outros. Poucos, para nossa eterna mortificação.
O pior foi acabar de convencer o resto antes que emigrasse.