Tiros no pé
Na história do fim do voto dos emigrantes por correspondência, o PS e o PC não conseguem perceber que independentemente das argumentações mais ou menos "lógicas" ou, melhor dizendo, casuísticas, que se possam aduzir, o julgamento que as pessoas vão fazer deste caso é um julgamento político, não é um julgamento técnico jurídico.
E a única leitura política que é possivel fazer desta lei completamente desnecessária ( ah! os argumentos "economicistas" de Vital Moreira que fazem lembrar o afã com que a imprensa tablóide contabiliza periodicamente os "custos" que as diversas consultas eleitorais representam para o País...), é que a esquerda pretende dificultar ou impedir o voto de um grupo de eleitores que tradicionalmente não lhe é favorável.
A leitura óbvia é que o sistema de voto por correspondência pode ou poderia ter imensas imperfeições, mas desde sempre garantiu a possibilidade de votar a muitos portugueses vivendo no estrangeiro. Assegurar isso, deveria ser a grande preocupação e não supostas preocupações "puristas" .
Revogar essa possibilidade é uma mesquinhez de chico esperto que só poderá ter resultados muito negativos para a esquerda, não só entre os emigrantes como em Portugal.
É com estas e outras que se vai erodindo um certo capital democrático que a esquerda deveria preservar.
Agora levam a bicicleta para casa, depois, queixem-se.