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quinta-feira, dezembro 25, 2008 

Prioridades

Portugal disponibilizou-se para receber presos de Guantanamo.

Depois de todas as justas críticas que durante anos se fizeram ouvir às tropelias da Administração Bush, às violações dos Direitos Humanos nesse local e à cumplicidade dos nossos governos, seria de supor que a decisão seria recebida com alegria por todos aqueles a quem repugna o desrespeito total por qualquer lei, mesmo a lei da guerra.
Mas não. Muito alarme com os Direitos Humanos, mas a grande preocupação parece ser assinalar que Portugal é um País subserviente em relação aos Estados Unidos. E que se os Estados Unidos a fizeram, agora que enfrentem as responsabilidades.
Tudo bem, mas... e os presos? Vamos recebê-los ou não? Só se eles quizerem, nunca "enviados" "contra a vontade deles". E eu a pensar que a vontade de qualquer preso de Guantanamo era sair dali. Para qualquer lado, exceptuando os países de origem de alguns deles onde ficariam porventura pior sem qualquer discussão pública acerca da inconstitucionalidade da sua prisão, tortura ou assassinato.
É quase um milagre que os Estados Unidos estejam dispostos a fechar a prisão e resolver embora tardia e parcialmente, o problema, quando continuam envolvidos em várias frentes de guerra. Se o fazem não é obrigados pela crise, ou pela fraca pressão internacional. Se o fazem é porque há uma mudança, porque foi derrotada politicamente e pelo menos temporariamente, a seita sinistra que engendrou a situação.
Eu sei que irrita elogiar quem tem mostrado não o merecer em muitas outras circunstâncias, como no caso dos famigerados "vôos da CIA", mas o essencial não é conseguir que se libertem pessoas que todos pensam que foram injustiçadas?