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domingo, fevereiro 13, 2011 

A Panaceia

O mantra agora é os "bens transaccionáveis". Não há bicho careto que não proclame a urgente necessidade de investir em "bens transaccionáveis".
Já foi a Irlanda, já foi a Finlândia, já foi a Islândia...
Claro que uma coisa é "proclamar", outra é "investir". Para já, o acto de "investir" parece exclusivo do universo tauromáquico.
Quando se esmiuça a coisa, vamos sempre parar ao candente problema da "flexibilização" laboral, raiz de todo o mal, pequeno tabu que nos separa da Noruega, Singapura e Luxemburgo.
Claro que TODOS os portugueses, em particular os honrados e indispensáveis trabalhadores e sacrossantas "famílias", merecem o maior respeito dos opinadores todos. Mas há uma minoria que... ganharia bem em ser "flexibilizada". Em particular a que enxameia o famigerado sector público, coito dos pantanosos bens "não transaccionáveis". No parlapié dos economistas e comentadores de economia encartados, essa minoria de homens e mulheres não só são prejudiciais aos outros trabalhadores, que por suposto são a honrada maioria a quem se quer levar o desenvolvimento, como até, por maravilhoso efeito das sofisticadas charadas e surpreendentes paradoxos que a novlang neocon trouxe ao mundo, especialmente a si próprios.
Em que é que a revogação dos gastos com esta "minoria" que se quer ver no olho da rua se torna a alavanca arquimédica do "nosso" desenvolvimento? É um ovo de Colombo que eu ainda não consegui engolir, apesar de me ser diariamente servido em vários pratos.

pela prosa elíptica, hiperbólica e oblíqua vê-se que andas a ler demasiado Kunstler - só pelo estilo claro

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