Tire-se-lhes o chapéu
A Direita portuguesa demonstrou mais uma vez um comportamento adulto e objectivo relativamente às questões políticas e do poder, algo que infelizmente está ainda muito fora do alcance da Esquerda.
Cavaco nada tem a ver com o PP, que ajudou a lançar para o limbo ao juntar a sua voz ao clamor que pedia o despedimento de Portas e Santana.
Cavaco nada tem a ver com a extrema direita "liberal" ansiosa por fazer evaporar o estado.
Cavaco pouco tem a ver com o PSD populista que há poucos meses exigia a sua expulsão do partido e se lhe referia como "o Sr. Silva".
No entanto, todos estes grupos souberam ser pragmáticos, moderar o ímpeto de vingança (apenas Lopes foi voz dissonante, dando talvez o tiro definitivo no pé), vencer o asco que lhes provoca um Presidente decididamente estatista, ou mesmo suportarem galhardamente a vergonha de uma primeira dama pimbalhosa.
O Cavaco na Presidência é o garante de que eles também têem um pézinho lá na porta, todos eles "ganharam" um bocadinho.
O Presidente é "normal", é "inútil", não tem "verdadeiros poderes", mas eles uniram-se no essencial: mantiveram aberta a porta da legitimidade natural que pensam que lhes assiste de partilharem o poder apesar de perderem eleições, e os próximos meses serão uma zoada constante de "escândalos" procurando demonstrar a Cavaco a necessidade de dissolver a Assembleia da República "em nome da estabilidade".
Já à esquerda, é o espectáculo de uma luta fratricida, as diferentes candidaturas assegurando "estabilidade" enquanto prometiam ser "interventivas", não perderam sequer tempo a trocarem entre si as acusações que os cavaquistas produziram a respeito de todos.
Temos afinal o resultado que merecemos, devemos estar satisfeitíssimos.
O "povo", que "está farto de políticas", que ontem votou socialista esperando reduzir os problemas a pó de uma penada, que hoje vota Cavaco para "pôr ordem nisto", e amanhã rezará à Santa da Ladeira pedindo o milagre, tem também o que merece e está de parabéns.
Cavaco nada tem a ver com o PP, que ajudou a lançar para o limbo ao juntar a sua voz ao clamor que pedia o despedimento de Portas e Santana.
Cavaco nada tem a ver com a extrema direita "liberal" ansiosa por fazer evaporar o estado.
Cavaco pouco tem a ver com o PSD populista que há poucos meses exigia a sua expulsão do partido e se lhe referia como "o Sr. Silva".
No entanto, todos estes grupos souberam ser pragmáticos, moderar o ímpeto de vingança (apenas Lopes foi voz dissonante, dando talvez o tiro definitivo no pé), vencer o asco que lhes provoca um Presidente decididamente estatista, ou mesmo suportarem galhardamente a vergonha de uma primeira dama pimbalhosa.
O Cavaco na Presidência é o garante de que eles também têem um pézinho lá na porta, todos eles "ganharam" um bocadinho.
O Presidente é "normal", é "inútil", não tem "verdadeiros poderes", mas eles uniram-se no essencial: mantiveram aberta a porta da legitimidade natural que pensam que lhes assiste de partilharem o poder apesar de perderem eleições, e os próximos meses serão uma zoada constante de "escândalos" procurando demonstrar a Cavaco a necessidade de dissolver a Assembleia da República "em nome da estabilidade".
Já à esquerda, é o espectáculo de uma luta fratricida, as diferentes candidaturas assegurando "estabilidade" enquanto prometiam ser "interventivas", não perderam sequer tempo a trocarem entre si as acusações que os cavaquistas produziram a respeito de todos.
Temos afinal o resultado que merecemos, devemos estar satisfeitíssimos.
O "povo", que "está farto de políticas", que ontem votou socialista esperando reduzir os problemas a pó de uma penada, que hoje vota Cavaco para "pôr ordem nisto", e amanhã rezará à Santa da Ladeira pedindo o milagre, tem também o que merece e está de parabéns.