« Home | Olhando à Janela » | Ronha » | A Central Fantasma » | Nuclear ou não nuclear, eis a questão » | Uma central nuclear distribuida » | Ordenamento do território » | Choque tecnológico » | O Elefante da Música » | Perfume radioactivo » | Quadrados » 

segunda-feira, fevereiro 27, 2006 

Vira o disco...

Por sugestão da sabine na caixa de comentários lá fui dar uma olhadela ao "central nuclear".
O blog é um "case study": é feito por apoiantes entusiásticos do nuclear, até aí tudo tudo bem... mas dá muito mau aspecto que classifiquem os que têem dúvidas relativamente a essa tecnologia de "radicais antinuclear".
E a eles? Como podemos classificá-los e ao seu espírito de missão? De "radicais pró-nuclear"?
Vamos a algum lado com este tipo de ping pong?
O blog passa o tempo a lutar contra fantasmas que ele próprio cria, são os estudos dos especialistas contra estudos de outros especialistas, mas nada de verdadeiramente substancial; é hoje pacífico que as necessidades de produção energética obrigam a que o bom senso não feche à partida nenhuma porta. E é sabido como as grandes empresas produtoras de "soluções nucleares" investem na contratação de "especialistas" que fazem "estudos" que "comprovam" a total ausência de riscos... é exactamente o mesmo que sucede no domínio dos transgénicos.
Fazem-se também considerações sobre a "segurança".
Algo que não é inédito, há cinquenta anos os defensores do nuclear defendiam a mesma coisa, que as centrais eram seguras e com tal certeza que na União Soviética, local onde era possível ao estado impor coisas sem discussão, se fez uma cidade inteiramente nova, uma "cidade do futuro" ao lado de Chernobyl. Ainda lá está... sem humanos, possivelmente para gáudio do caricato "ecologista" convidado pela Ordem dos Engenheiros.
Independentemente destes "handicaps", há no blog informações interessantes sobre a evolução da tecnologia nuclear, mas nenhuma que contribua para verdadeiramente clarificar o debate em curso:
- Estamos "abertos" à discussão do nuclear em sentido genérico
ou
- Entendemos que a solução do problema energético português passa pela construção a curto prazo de uma central nuclear em Portugal?
Ou seja, não está em causa a expectativa que todos temos de uma futura solução nuclear "aceitável" (só como exemplo, um gestor "realista" quanto ao nuclear, António Penedos, entrevistado pelo Expresso no passado Sábado coloca como horizonte temporal os quinze anos...)
O que está em causa são as propostas mais ou menos CONCRETAS ( digo mais ou menos propositadamente, dado o véu de mistério que paira ainda sobre o local, a tecnologia e muitos outros aspectos correlacionados com a proposta em cima da mesa ) decorrentes de oportunidades de negócio identificadas por particulares que as pretendem impor AGORA ao Governo.
Quanto a isto o "central nuclear" diz zero.