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sábado, abril 29, 2006 

Curso de escutismo

Terá algum interesse a caracterização dO fenómeno blogosférico de uma forma séria por sociólogos, políticos e investidores .
Se para a maioria dos utilizadores é um simples exercício de liberdade e de convivencialidade, para certas áreas do conhecimento será um laboratório, um computador com uma enorme capacidade de processamento capaz de modelar num espaço de tempo muito curto múltiplas interacções entre um número muito elevado de agentes, com implicações no estudo da dinâmica das práticas sociais, das novas formas de difusão de informação, na criação de opinião e forja de consensos ou fracturas políticas e na prefiguração de novos modelos de negócio.
Agora, santa paciência, as pretensões ridículas de "identificação" a martelo de "regras" de funcionamento, a tentativa de estratificação de utilizadores recriando uma espécie de "pirâmide social" ( que se nega na "vida real") com os bloggers em cima, depois os comentadores, e na base os comentadores anónimos, que chega ao limite da mesquinhez de se arrebanharem nomes ou nicks conhecidos (dois deles de comentadoras e amigas do Bidão) para os escarrapachar nas páginas de um jornal e apontá-los a dedo como modelos de práticas supostamente desviantes, são de uma indigência intelectual que excede o inevitável "paroquialismo" inerente às charangas dos bailes dos bombeiros. Os delírios umbiguistas de um personagem desaguando na versão Alcabideche de Jihad vs. McWorld.
São quando muito tentativas típicas, apesar de irrisórias, de marcar território, de condicionar o meio, mas não lembram mais do que brincadeiras de princípio de adolescência e temas, esquemas, preocupações e intrigas de um chefe de escuteiros transtornado.
O espectáculo torna-se contudo ainda mais degradante quando uma plêiade de capelistas acorre logo transbordante de sensatez, a apoiar e justificar, com protestos atentos, veneradores e obrigados, biquinhos dos pés em uníssono como num rancho folclórico, "ó tio, olhe que eu não pertenço a esta manada, o meu estatuto é outrinho".
A triste conclusão, talvez dê mesmo mais uma "regrinha":
Carneirada com acesso de banda larga continua a ser carneirada.

Essa do estatuto "outrinho" é muitíssimo bem esgalhada.
A da carneirada em banda larga também.
Li este post de fio a pavio, caramba! Estarei mesmo a ficar velho?

Esté muito fixe! ;)

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