Anti americanismo - do mais primário
Num artigo do Público do passado Domingo, 29 de Outubro assinado pelo assecla José Manuel Fernandes, Robert Kagan é apresentado como "um dos intelectuais mais influentes dos Estados Unidos".
Eu acho que isto é um atentado que visa claramente menorizar a importância e a pujança da produção intelectual da grande nação americana.
Para quem não se lembra, Robert Kagan distinguiu-se como o autor da boutade que compara os Estados Unidos a Marte e a Europa a Vénus glosada no seu livro Paradise and Power, um inteligente golpe da propaganda neoconservadora destinado a aquecer a claque pró-guerra do Iraque tanto na Europa como nos Estados Unidos .
Kagan tem a suprema lata de ver no feroz expansionismo que desde sempre caracterizou a América desde os tempos da "conquista do Oeste" até hoje, como "idealista" e "humanitária".
A propósito do seu novo livro justamente intitulado Dangerous Nation, Edmund S. Morgan observou na New York Review of Books que na narrativa de Kagan "os americanos emergiram de todos os seus recontros como outras nações como "os bons" e nem poderia ser de outra forma, pois ao defenderem a sua honra defendiam a honra de todas as repúblicas, servindo os seus interesses, serviam os interesses universais da humanidade"(1).
Conveniente.
Talvez alguns ainda se lembrem ( JMS relembrará com certeza) de como ainda não há muitos anos o internacionalismo proletário via na União Soviética, na China e na Albânia faróis que iluminavam o caminho da humanidade para um futuro radioso que passou por um sem número de intervenções militares via movimentos mais ou menos de libertação um pouco por todo o mundo com os resultados que se sabe.
Hoje, quando se tornou impossível esconder a realidade da intervenção no Iraque pode dizer-se sem se passar por "relativista":
Para bom entendedor...
(1) - trata-se de um excerto traduzido por mim de forma muito livre. Quem quiser verificar o original assine a versão online da revista, compre o artigo, ou... peça-mo....
Aviso já que o artigo vai muito mais longe na desmontagem do livro de Kagan e vale a pena lê-lo na íntegra.