Spleen post colonial
Autor do famoso Política guerreira que fascinou os nossos opinion makers de direita há uns anos atrás, o fabuloso Robert Kaplan é bem um sinal dos tempos.
Há ainda não muito tempo, este émulo de Jean Larteguy e do nosso saudoso Ferreira da Costa fantástica estrela das "Crónicas de Angola" dos tempos da Guerra Colonial, tornado famoso pelas suas eruditas defesas do Império, Kaplan fazia parte do grupinho que ridicularizava qualquer comparação entre o Iraque ( uma história de sucesso) e o Vietname ( um erro devido ao facto de os políticos se imiscuirem nos assuntos militares) .
Passados anos como jornalista embedded ( um oximoro, eu sei...) modelo ou como agente dos serviços psy ops do exército norte americano, conforme a perspectiva, em que foi relatando com brilhantismo e objectividade patrióticas ( um oximoro, eu sei...) os enormes progressos feitos pelos "aliados" na democratização do Iraque, Kaplan, num súbito volte face , é agora mais um exemplo da angústia que aflige a facharia neoconservadora.
É sintomático o primeiro parágrafo de um dos seus últimos artigos.
Onde antes se lia "In ancient Rome..." a propósito de tudo e de nada, lê-se agora o lamento saudosista: