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quinta-feira, setembro 27, 2007 

Elementos de Estudo (IV)

Da leitura de um artigo de Becky Price, investigadora de GeneWatch UK publicado no Guardian:
Decorre neste momento em Inglaterra o processo de transposição de uma directiva europeia que responsabiliza o poluidor pelos prejuízos causados à biodiversidade.
Como é natural, a discussão centra-se em torno da definição de prejuízo ambiental e das circunstâncias em que o poluidor deve ser responsabilizado e obrigado a pagar pelos prejuízos.
As companhias de OGM, que passaram os últimos dez anos organizando centenas de meetings pela Inglaterra fora ( a propósito, gostava de saber quantas sessões públicas de esclarecimento se realizaram neste período em Portugal) garantindo que as colheitas de produtos geneticamente modificados são seguras, pretendem agora pôr-se de fora quanto a eventuais problemas futuros argumentando que:
1- As colheitas que eventualmente criarem problemas terão sido autorizadas (ou seja, quem os autorizou, um funcionário qualquer de um ministério, isto é, o público, é quem pagará as favas).
2- O estado actual da ciência não permite prever eventuais impactos negativos futuros.

Querem assim que os autorizem a plantar, com base numa garantia que eles dão, porque é seguro, mas recusam assumir eventuais responsabilidades ( que à partida garantem que são inexistentes) porque a ciência em que fundamentam essa garantia de segurança, afinal não lhes permite assumir riscos futuros quando está em cima da mesa a possibilidade de abrirem os cordões à bolsa.
Confuso? Claro que é.
Mas dá para perceber porque é que os vendedores de OGM defendem que "a sociedade deve correr riscos".