Há que ver as coisas em concreto...
"Isso não pode ser visto assim"... é a triste cantilena a que parece condenado o PC quando confrontado com os problemas de direitos humanos básicos em países do terceiro mundo ou socialistas.
Um rapaz do PC que guarda cautelosas distâncias relativamente à loucura demencial do grande Pai dos Povos, dizia-me outro dia, sem pestanejar, que "no tempo de Estaline, um trabalhador não podia ser despedido sem justa causa"...
Sortudo trabalhador... na Rússia do Estaline em que os meios de produção estavam, pelo menos "formalmente", "nas mãos" dos trabalhadores.
O que acontece é que o governo colombiano, com a ajuda dos americanos e dos israelitas, libertou finalmente e alegadamente sem disparar qualquer tiro, Ingrid Bettancourt, que só o primarismo dos líderes das FARC insistia em manter num cativeiro ilegítimo e a cegueira política ou a total ausência de mero cálculo de custos benefícios obstava a que libertassem incondicionalmente.
Pois ao que parece, o PCP votou no Parlamento contra um voto de regozijo por este facto.
Não se entende porquê. A libertação de Ingrid Bettancourt alivia a esquerda e o PCP da consciência pesada relativamente a uma questão que já metia nojo.
Por essa razão, em vez de emitir um caquético comunicado lapalissiano que deixa qualquer um estupefacto pelo tom de assunção de derrota que o atravessa linha a linha, o PCP deveria ser o primeiro a manifestar regozijo.
Não, a tomada de reféns inocentes não ajuda nada à luta pela democracia na sociedade colombiana.
Antes pelo contrário, como se provou, quem tem a ganhar com estas rábulas é o governo do sinistro sr. Uribe.