Liberdade, igualdade
O facto de Paulo Rangel não ser obrigado a alinhar no consenso geral de relativa détente, já que os discursos dos restantes partidos da oposição foram o que se pode considerar "normais", não tornava obrigatório que fizesse o discurso mais parvo da manhã.
A coisa pretendia-se épica, destinada a "fazer história".
Infelizmente o que não seria mais do que um discurso eleitoralista e relesmente demagógico de ataque ao governo, descambou para a pimbalhada do "carne da nossa carne, sangue do nosso sangue...".
Salvou-o um detalhe: na sentida, embora tresmalhada, exaltação à Liberdade que fez, é de assinalar o facto de ter relacionado o exercício pleno da Liberdade à reunião de um mínimo de condições económicas sem as quais esse exercício não passa de uma formalidade hipócrita. Somando isto às preocupações que o PSD passou nos útimos meses a manifestar contra os projectados investimentos do Governo, uma pessoa é levada a pensar que, sabe-se lá vinda de onde, esse partido ganhou uma certa patine "esquerdista obstrucionista".