Inversão de afinidades
Acho bizarro que algumas pessoas de esquerda alinhem na teoria geral do PSD sobre o "condicionamento brutal da opinião pública" imposto por um Governo PS ao qual atribuem, no desvario da discussão política, um carácter quase totalitário (um manifestante do 1.º de Maio, aquando do episódio Vital Moreira, referiu-se ao Sócrates como "um Pinochet"), enquanto tentam demonstrar que PS e PSD são, neste momento, "a mesma coisa" e minimizam o que classificam como uma tentativa de o PS "diabolizar" o PSD para apelar ao voto útil.
Há aqui uma espécie de inversão de afinidades:
se o PSD (na prática “o mesmo” que um PS “vendido à direita”) acusa o PS de “totalitarismo”, essa esquerda está de acordo com o PSD.
Se o PS (na prática “o mesmo” que o PSD) alerta para o autoritarismo que marcará inevitavelmente um hipotético futuro governo do PSD ou PSD/CDS (uma experiência de que há memória recente, mas agora potenciada pela “crise”), a mesma esquerda minimiza esse perigo e acusa o PS de “diabolizar” Manuela Ferreira Leite... Dá para entender?
Há aqui uma espécie de inversão de afinidades:
se o PSD (na prática “o mesmo” que um PS “vendido à direita”) acusa o PS de “totalitarismo”, essa esquerda está de acordo com o PSD.
Se o PS (na prática “o mesmo” que o PSD) alerta para o autoritarismo que marcará inevitavelmente um hipotético futuro governo do PSD ou PSD/CDS (uma experiência de que há memória recente, mas agora potenciada pela “crise”), a mesma esquerda minimiza esse perigo e acusa o PS de “diabolizar” Manuela Ferreira Leite... Dá para entender?