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sábado, setembro 19, 2009 

O que nos espera

Chegou-se a uma fase da nossa vida política em que pura e simplesmente dar uma notícia que não seja imediatamente percepcionável como desfavorável ao Governo é "instaurar um clima de medo".
E quem diz isto, di-lo claramente, sem qualquer rebuço ou contenção de linguagem.´
Nos blogs, na rua, nos jornais, nos comentários dos jornais online, na televisão...
Na linha, aliás, do que se tornou habitual nos últimos meses. Qualquer insulto ou boato, desde que seja para atingir o PS ou o Governo, provado ou não, com recurso ou não a violações de segredo de justiça, foi "legítimo".
Que o Governo rejeite acusações, é "intolerável pressão" sobre a "liberdade de informação", o Primeiro Ministro teceu considerações sobre a qualidade do jornalismo de um programa televisivo e foi processado.
Que se insulte e impeça a participação do candidato do partido do governo numa manifestação política, é normal.
Que uns banais provocadores disfarçados de "artistas" impeçam o Primeiro Ministro de fazer um discurso, é "liberdade de expressão", é normal.
Para o PSD, o partido que está no governo porque teve uma maioria absoluta nas últimas eleições deve, pura e simplesmente, comer e calar. E arde de vingança pela afronta que sofreu por ter constituído a oposição mais anémica de que há memória, pela total ausência de ideias claras.
Não que no PSD não faltem pessoas capazes, falo do Partido que em matéria de dirigentes passa do populismo relativamente ingénuo de Santana Lopes/Filipe Meneses para uma modalidade ainda mais perversa feita de ressaibiamento e consciente falta de escrúpulos dos Pacheco Pereiras /Balbino Caldeiras.
Para o Bloco de Esquerda, presa de uma estranha lógica de "imparcialidade", isto é normal.
O PC, em estado de catatonia, alimenta este cenário activamente porque supõe que um cenário de hipotética demolição do PS lhe trará a transfusão de sangue de que necessita para se manter à tona como Partido com um mínimo de influência.
Isto indicia o que nos espera depois das próximas eleições.