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sexta-feira, setembro 18, 2009 

Um hábito salutar

José Manuel Fernandes não tem nenhum dado concreto para explicar como foi entalado mas... acha "que é um trabalho dos serviços de informações ou de alguém desse género", isto é, do SIS, isto é, do Governo... ou alguém desse género. Who else?
Jerónimo de Sousa, uma velha raposa que a sabe toda quanto a serviços de segurança, está plenamente de acordo: o que é lamentável nesta história de se descobrir que um assessor do Presidente (com conhecimento, ou não, deste) pôs o Público a investigar um caso de alegada espionagem do Governo que após investigação de um jornalista caiu pela base, algo que o jornal achou supérfluo referir, é “o estado a que tanto o PS e o PSD (sic Público) deixaram chegar os serviços secretos e de informação”... vá lá, um niquinho de imparcialidade, fala do PSD, quanto mais não fosse para justificar o micro-pequeno-médio slogan da "farinha do mesmo saco".
Recapitulando:
Um assessor do Presidente faz asneira, seja por paranóia, seja com desígnios inconfessáveis.
Um jornal faz uma notícia tentando comprometer o Governo em actos gravíssimos dando cobertura a uma boca sem qualquer base de sustentação.
E a culpa de quem é?
Do SIS... e de quem mais? Do Governo, não é óbvio?
Ao José Manuel, ainda o percebo, considerando a alhada em que se meteu.
Mas o Jerónimo... é triste, é desprezível.
Se calhar, sabem do que falam.
Mas interessa relevar que todos estes procedimentos, cartas anónimas, divulgação de conversas telefónicas, vasculhar contas, registos de exames, compras de casas, libertação a conta gotas de informações em períodos adequados, filmagens obtidas clandestinamente e divulgadas para a televisão não se sabe bem como ... têm sido o pão nosso de cada dia na criação de um clima de histeria demencial anti-sócrates que aflige desde há meses um significativo sector da opinião pública.
Órgãos de comunicação respeitáveis, incluindo o Público, contribuiram dessa forma para inculcar junto de uma certa camada da população, acossada pela crise e procurando na vertigem populista e cega, uma válvula de escape, a sensação de que isto era o "jornalismo de investigação", e a "liberdade de imprensa"...
Como é que se indignam agora que UM e-mail (alegado, chamam-lhe algures) tenha ido parar a OUTRO JORNAL?
E logo, Santo Deus, à conta de manobra do SIS, a mando do Governo... What else?
Convenhamos que se trata de argumentos ridículos de pessoas desorientadas que neste momento parecem estar apenas a falar para a plateia de dementes robotizados saídos do filme "Eu sou a lenda" que regorgita insultos nas caixas de comentários do Público.