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sábado, janeiro 08, 2011 

Para resumir

Causou-me algum embaraço a reacção da corporação jornalistica portuguesa ao caso Wikileaks.
Uma imprensa (incluindo a de referência) que desde há pelo menos dois anos vive de coscuvilhices, por vezes geradas por "fontes",  para alimentar historietas nitidamente encomendadas, vê no Wikileaks (ou fenómenos semelhantes) não uma hipótese de colaboração mas um intruso, ou mesmo um "inimigo", não só no sentido profissional, mas também no sentido "patriótico", tal é a carneirice e "integração ideológica" da "imprensa livre" e de substancial parte da opinião pública.  Nem sequer aproveitam para reflectir sobre o facto de que parte do problema do Wikileaks é que os seus procedimentos apenas diferem do que se faz há bastante tempo nos media convencionais, em matéria de escala. Quanto ao resto, está lá muito do que contribui na actualidade para fazer da imprensa e os media um poder muito pouco transparente.
Num exercício da mais canina americanofilia, chegou mesmo explicar-se o caso com recurso ao malfadado conceito do "anti-americanismo"...

Esther Dyson, liberal, americana, empresária, diz, na Slate, o essencial :
Será tão difícil perceber?


o wikileaks também num é couscous

concorrência é sempre mal recebida

o que é que o wiki leaks

generalidades velhas de séculos

que o poder é corrupto

que a diplomacia é mesquinha

que o massacre é comum

é só abrir o Punch de 1889
ou o krokodilus

e aparecem as mesmas coisas

algo mudou?
nada mudará é só a aparência da mudança

bom , nem que seja na aparência, agumas coisas sempre vão mudando...
parece certo, por exemplo, que já não estamos em 1889

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