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sábado, abril 02, 2011 

Matem o homem...

O Expresso publica na página 10 do primeiro caderno de hoje, o resultado de uma sondagem que evidencia o que já era evidente:
O chumbo concertado do PEC e a demissão do Governo, para além de terem cumprido cabalmente a missão cuja urgência já se sentia havia semanas nos meios de comunicação, isto é, liquidar rapidamente qualquer ténue esperança de evitar recorrer-se ao FMI, não alterou nada de substancial no panorama político português.
Eis os resultados que me parecem mais significativos:
O PEC deveria chumbar ? 52,6% contra 45,3% responderam que não;
Deveria haver eleições antecipadas? 47,8 % contra 45,3 % disseram que não;
Sócrates deve continuar a liderar o PS? 51,4% contra 40,7% disseram que sim;
Quais serão as consequências das eleições? 12,2% acham que resolverão o problema político, 33,5% acham que vão piorar e 42,4% acham que vai ficar tudo na mesma...
Curiosa, e reveladora da forma como os meios de comunicação são tão protagonistas da crise como "os políticos" é o tratamento dado pelo Expresso à pergunta:
De quem é a culpa pela crise política?
30,4% disseram que é do Governo e 55% atribuem-na a outras causas, a saber : 9,9% ao Presidente da República, 16% ao PSD e 29,3 a toda a oposição, mas o Expresso escreveu por cima a conclusão a bold:
CULPA É DO GOVERNO.
Vai ser o mote da "imprensa independente" nos próximos meses.
Para quem tivesse dúvidas, esta sondagem (e a forma como é apresentada) evidencia o divórcio entre o retrato da situação política tal como veiculado pelos meios de comunicação e a forma como ela é percepcionada pelo público.