« Home | Branco mais branco não há » | Cavalhadas » | Anemia » | Eixo anormal » | Estaleca moral » | Desprezível » | Instinto Fatela II » | O argumento final » | Mais da "natureza humana" » | Basófia » 

sexta-feira, abril 14, 2006 

Norma ISO 9001

Miríades de empregos têem sido criados, milhões de horas perdidas e milhões de euros gastos com a tentativa desesperada dos nossos companheiros europeus mais avançados de nos civilizarem.
O que se reduz em geral a um mínimo de bom senso de gestão e até de básico civismo e boa educação, encontra-se hoje sepultado em Normas, Sistemas de certificação, Entidades certificadoras, consultores e auditores que fazem parte de um complexo burocrático assustador pouco e pouco tomando forma alicerçado no cada vez maior pavor pelo "imprevisto" difundido nas sociedades tecnologicamente mais avançadas e na vã pretensão de eliminar as "contingências" decorrentes das mais comezinhas actividades humanas.
E eis senão que o tal imprevisto irrompe sem cerimónia : Numa avenida de intenso tráfico, um camião de transporte de contentores normalizados de residuos provenientes de obras de construção civil, bloqueia três faixas de rodagem para fazer uma manobra.
Não é preciso muito: um sujeito qualquer põe-se no meio da rua a esbracejar e força os restantes condutores a parar. Os restantes condutores estão já domesticados por ser habitual tal "código de conduta" nas ruas da capital.
A empresa deve ser certificada, o camionista e os ajudantes tiveram horas de formação em "boas práticas", o tipo de carga, a hora e o local, tudo está devidamente registado em formulários detalhados à espera do mais exigente auditor. O motorista estava com cinto de segurança, certamente que o alcool teste daria negativo e não circulava em excesso de velocidade.
E no entanto... não há nada que chegue à criatividade da estupidez humana na hora de desenrascar.
Acidente? Só não houve por acaso.