Dada, o Exterminador e o Robocop
Depois dos robots de pequenas dimensões e comportamento cooperativo, e de um robot reclamando o estatuto de artista assinando o seu nome (RAP) nas telas, surge agora este corpolento Dada2.0 de temperamento irascível.
As vítimas da sua performance são estatuetas antropomórficas.
Uma pequena multidão de "Hollow Men".
O Dada do início do século vinte investiu contra todas as ideias feitas acerca da Arte e do seu papel na sociedade enquanto o seu sucedâneo destrói icones de homens.
O princípio é possivelmente o mesmo: um grupo de agentes limitados por um pequeno conjunto de regras simples de cuja interacção emerge algo superior à soma das partes. Mas enquanto da interacção dos primeiros robots emergiam pinturas em telas, agora resulta um comportamento destrutivo da interacção de agentes escondidos dentro do corpo negro de Dada2.0 .
Num detalhe menor mas que faz que pensar, Dada2.0 entra na sala onde a performance decorreu, em ambiente divertido, transportado cuidadosamente ao colo por um grupo de pessoas antes de ilustrar mais uma possibilidade do caminho da autonomização da máquina relativamente ao homem .
Hoje a arte, amanhã, porque não, a guerra.
Perturbante.