« Home | Alegrem-se » | Transgénicos fora » | Uf... » | Grandes vidas » | Blogs açoreanos » | A candidatura de Helena Roseta » | A cruz de cada um » | O que tem de ser tem muita força » | Na droga » | Surpeendam-me » 

sexta-feira, maio 18, 2007 

Independentes e eleições

Já escrevi que considero Helena Roseta a melhor candidata à Câmara de Lisboa.
Pelo perfil pessoal, e pelo posicionamento político, capaz de ganhar os votos da esquerda sem repelir os eleitores do centro.
No entanto, para que sejamos minimamente realistas, há que reflectir sobre as limitações das chamadas candidaturas independentes.
Que ninguém se iluda acerca da viabilidade dos candidatos "independentes", "fora da política" e tecnicamente competentes. Esse mito, sempre renovado a cada crise política, se ainda convencia alguns analfabetos, espera-se que tenha caído por muito tempo com Carmona.
Os candidatos independentes podem ganhar eleições, mas exercer o cargo, e não nos esqueçamos de que estamos a falar de gerir uma cidade de mais de um milhão de habitantes que, muita gente o diz - e é de certo modo visível a olho nú- se encontra perto da ruptura financeira, apenas é possível com uma coligação que envolva a participação dos partidos.
Uma coisa é eleger a Helena Roseta, outra é fornecer-lhe a infra-estrutura técnica, política e logística de que necessitará para gerir a câmara.
Uma coisa é ter a seu lado no período limitado de uma campanha, pessoas entusiastas apenas unidas por um objectivo concreto e sem necessidade de grandes provas dadas, outra é cumprir um programa a longo prazo para o qual se exige disponibilidade total e consistência técnica e política.
Os "movimentos de cidadãos", se essenciais para o exercício da cidadania, apenas se justificam em períodos de tempo determinados, com regras e objectivos muito claros e concretos.
Caso contrário, ou se transformam em Partidos com programas estruturados, ou entram com o tempo na deriva pessoal e política, transformando-se na fonte dos piores disparates, dos piores oportunismos, no alimento das piores corrupções - e quanto mais "justiceiros", mais "anti-corrupção" se afirmam, mais perniciosos.
Por isso mesmo, não me agrada nada uma certa ideia de "movimentos de cidadãos", de preferência "de boa vontade", como a expressão de revolta dos cidadãos honestos contra os partidos.
Penso que Helena Roseta deveria estar atenta este facto.
Uma coisa é ter assumido uma atitude independente e rompido com o cada vez mais patente controleirismo "socrático".
Outra coisa é deixar insinuar na sua candidatura este tipo de ideias "contra os partidos" que já afloraram na candidatura de Alegre à presidência e que apenas servem para reduzir as suas possibilidades de agregar grande parte dos habituais votantes no Partido Socialista onde, quer queira ou não, e suponho que quer, está o fulcro da sua base eleitoral.