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domingo, setembro 09, 2007 

O demiurgo

Prosseguindo a descrição do seu sonho lindo, Sofia Galvão confessa esperar por "um líder afirmativo e forte" para o PSD.
Até aqui tudo bem, são caracteristicas tradicionais dos lideres do PSD e raros serão os simpatizantes, militantes e dirigentes do PSD que não se consideram afirmativos e fortes e com grande capacidade de liderança.
O pior é a lista de características que Sofia exige de seguida.
Parece uma daquelas listas de casamentos. Só falta a máquina de lavar roupa.
O leque de candidatos, por muito que seja elevada a auto-estima dos dirigentes do PSD, restringe-se.
Drasticamente.
Talvez resista o Alberto João Jardim, equipado pelos electrodomésticos do generoso Valentim Loureiro.
Será ele capaz de "densificar um objectivo de crescimento e de lhe dar lastro político- na charneira entre uma quantificação rigorosa e lúcida da meta a atingir e a demonstração prática das múltiplas implicações concretas da sua transposição na vida de todos e de cada um."?
Logo após o lastro, as quantificações, as múltiplas implicações e transposições, a incansável cronista exige ao candidato a líder resposta a um interrogatório que deverá ter semelhança com os que fazem no tibete os doutos monges a certas crianças para se certificarem de que são re-encarnações de grandes mestres já desaparecidos.
Surpreendentemente, poupa-o à revelação da chave do euromilhões, um assunto que contribuiria, a meu ver decisivamente, para densificar objectivos de crescimento de muito boa gente.
É esta a chave da renovação: o PSD precisa para começar de um líder que seja muito forte, muito líder, e acima de tudo que seja bruxo.