Anestesia geral
Segundo uma notícia da passada semana do Semanário O SOL, escutas telefónicas feitas a propósito do caso Portucale, mostram que o Primeiro Ministro Sócrates moveu influências para a substituição do Procurador Geral da República Souto Moura por Rui Pereira, actual Ministro da Administração Interna.
Não tenho andado muito pelos blogs e desconheço as repercussões da história na blogosfera, mas achei estranho não ter ouvido mais falar do assunto quer na televisão, quer nos jornais, quer na rua.
Ao que parece, o caso não interessou a um país anestesiado pelo bolsar incessante por todos os meios de comunicação de catadupas de notícias irrelevantes e desencontradas destinadas a sustentar a febre do caso Madeleine para além do que é minimamente saudável, decente e mesmo suportável.
Caso tivessem alguma preocupação de coerência nos seus pontos de vista, cronistas como Eduardo Cintra Torres ou Pacheco Pereira, e admitindo que é para levar a sério a defesa que por vezes fazem das escolhas programáticas e estéticas mais imbecilizantes em defesa da "liberdade de escolha" "do povo", de quem se erigem, oh paradoxo, em representantes encartados e também eles não eleitos, contra uns misteriosos "intelectuais iluminados", veriam a persistência do caso Madeleine nas primeiras páginas como um triunfo da "liberdade da imprensa" para nos impingir tudo que o "o povo quer saber", em vez do "clima asfixiante" imposto pelo Governo que garantem existir.
Não tenho andado muito pelos blogs e desconheço as repercussões da história na blogosfera, mas achei estranho não ter ouvido mais falar do assunto quer na televisão, quer nos jornais, quer na rua.
Ao que parece, o caso não interessou a um país anestesiado pelo bolsar incessante por todos os meios de comunicação de catadupas de notícias irrelevantes e desencontradas destinadas a sustentar a febre do caso Madeleine para além do que é minimamente saudável, decente e mesmo suportável.
Caso tivessem alguma preocupação de coerência nos seus pontos de vista, cronistas como Eduardo Cintra Torres ou Pacheco Pereira, e admitindo que é para levar a sério a defesa que por vezes fazem das escolhas programáticas e estéticas mais imbecilizantes em defesa da "liberdade de escolha" "do povo", de quem se erigem, oh paradoxo, em representantes encartados e também eles não eleitos, contra uns misteriosos "intelectuais iluminados", veriam a persistência do caso Madeleine nas primeiras páginas como um triunfo da "liberdade da imprensa" para nos impingir tudo que o "o povo quer saber", em vez do "clima asfixiante" imposto pelo Governo que garantem existir.