Era isto o tal efeito dominó?
Os neoconservadores bem podem entreter-se nas habituais querelas e queixumes sobre a "culpa do homem branco", e o fundamentalismo islâmico que uns dias se parece com o marxismo, outras com o fascismo e outras ainda com o Pai Natal, que não conseguem evitar que a catástrofe que tem sido a sua passagem pela Administração Americana continue a fazer o seu caminho perverso através dos ricochetes mais inesperados e potencialmente cada vez mais perigosos.
Preocupados há uns tempos com o melindre causado pelas reticências europeias à admissão da Turquia na "fortaleza", o que é um facto concreto, acabaram por forjar eles próprios as condições para algo muito mais grave ao colocarem-se na dependência dos curdos para o sucesso da sua tresloucada missão de "nation building".
Ora se o exército turco, é famoso e notório pela sua mão pesada na defesa dos princípios do estado laico contra os islamitas não é menos feroz na defesa da integridade do território nacional.
Vamos aguardar a evolução da situação entre a Turquia e o Curdistão, e esperar que não comece por ali algo de muito mais terrível.
Dá que pensar aos irredentistas do "com o terrorismo não se negoceia..." que se não fosse a circunstância da invasão, os curdos e os seus partidos seriam "terroristas" consensuais para a "comunidade internacional" .Quem tem também motivos para pensar são aqueles à esquerda que querem uma abertura total e imediata a tudo e a todos e adesão imediata da Turquia.
Suponhamos que a Turquia tinha entrado para a Europa.
Suponhamos que a Turquia se envolve num conflito com os Estados Unidos, mesmo que localizado, sobre a questão curda, que pode chegar mesmo a vias de facto. Qual seria a posição correcta dos europeus?