« Home | E como nem toda a gente anda a dormir » | A nova utopia » | Arte viva ou Aborto? » | Relativismo » | Rebeldes com causa » | Era isto o tal efeito dominó? » | À Chuva » | Está caladinho ou levas no focinho » | Dois milhões » | Nuance » 

segunda-feira, novembro 19, 2007 

Ó Chefe, desculpe lá

Queixam-se alguns de uma das caracteristicas mais irritantes do trânsito citadino em Portugal.
O sujeito que pára onde lhe apetece, e que quando passada meia hora vem retirar a carripana que está a bloquear o trânsito sai airosamente da situação lançando um vago "Chefe, desculpe lá" enquanto olha assim meio para o lado e se mete no carro.
Na capa do Diário de Notícias de hoje, aparece um grupo desses patuscos.
Só que não se tratou de impedir o trânsito numa rua da cidade, tratou-se de desencadear uma guerra, uma guerra que apesar de ter ultrapassado nas suas consequências trágicas as mais delirantes previsões dos que se lhe opuseram, eles declararam contra tudo e contra todos, apesar do ar contristado, tão hipócrita como o do sujeito do trânsito, com que admitem agora ter agido "enganados.
Bramando os neoconservadores todos os dias pela rigorosa "accountability" por parte do Estado quando se trata de promover um mínimo de distribuição da riqueza, é útil e importante observar como aplicam esse critério aos deles, ao Bush e "sus muchachos".
É que os mortos quem são?
Uma minoria de Zés Ninguéns americanos e ingleses e uma torrente de "não gente".
E os prejuízos económicos?
Foram gastos militares, e sendo assim tudo está bem para os neoconservadores, contribuiu para relançar a actividade económica e permitiu o aproveitamento de um manancial de "vantagens competitivas" para quem estava dentro do negócio do patriotismo.
E não sabe já toda a gente dos maravilhosos avanços tecnológicos que se seguem sempre a uma boa guerra? De que "todos" vamos beneficiar?