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segunda-feira, agosto 04, 2008 

É a economia, precisamente...

O Sol desta semana traz um artigo sobre "o nuclear" (palavra que resume o verdadeiro conteúdo do debate, a saber, se se considera oportuno neste momento considerar a construção de centrais nucleares em Portugal) focando um dos aspectos que mais tem contribuido para legitimar o debate sobre o tema: a questão económica.
Curiosamente, a questão económica, apesar de aparecer como a justificação principal para que se discuta a questão, foi referida no debate do "Expresso da Meia Noite" de 25 de Julho pelo Bastonário da Ordem dos Engenheiros como uma espécie de "desculpa de última hora" dos opositores ao nuclear.
Mas afinal, o que é na realidade a independência energética? Qual é o impacto económico que as questões de segurança têm hoje, não já na produção de energia nuclear mas em qualquer obra de construção civil ou exploração florestal?
Qual o impacto futuro, em todas as suas vertentes, da escassez do recurso urânio, o combustível nuclear?
O grande problema é que feitas as contas, o que se verifica é que nenhum dos argumentos económicos pró-central se revelam sólidos, quando se têm de considerar todos os factores envolvidos, incluindo obviamente os da segurança.
E a realidade mostra que numa situação concreta de duplicação num ano do preço do petróleo até se verificou uma relação inversa entre o número de centrais e o preço pela produção de energia, isto é, sem se considerarem outros factores que contribuem para o preço final ao consumidor, como subsídios do governo ou impostos.
As contas apresentadas pelo Sol incidem sobre a evolução dos preços em países europeus. Mas será por acaso que uma discreta notícia do Público referisse que no discurso de tomada de posse o novo primeiro ministro japonês indicou como um dos principais factores da crise económica no Japão, um dos países do mundo com maior número de centrais nucleares, o aumento dos preços dos combustíveis no último ano?
Então afinal o Japão, um país plenamente dotado de recursos "inesgotáveis" também é vulnerável à crise energética?
Por outro lado, os defensores do nuclear com uma obsessão por "cosmopolitismo" que chega a ser caricata, parece julgarem que na Europa existem hoje fronteiras à circulação de energia e que é necessário que em Portugal existam obrigatoriamente centrais nucleares para que num sistema de mercado ibérico e europeu de energia alguma da energia produzida pelas "benéficas" centrais nucleares seja utilizada em Portugal.

em primeiro lugar, tenho de dar te os meus parabens pelo interessante blog! Cheguei aqui via dissidentex, mas sem duvida voltarei de moto proprio!

Acerca do assunto em questao, como economista de formacao sempre me interessei pelo aspecto economico do tema. Mesmo sem ser entendido no nuclear, sempre me pareceu que, mais do que desculpa de ultima hora dos anti nuclear, em que sempre me integrei (mas sempre sem tabus em discutir o assunto ou reavaliar a minha posicao em face de novos argumentos, o que ate hoje nao conseguiu fazer me mudar de ideias), a questao economica e a coutada dos pro nuclear em que tentam que ninguem entre, mesmo se para isso tiverem de distorcer, manipular ou mais prosaicamente esquecer partes dos elementos...

PS desculpa a falta de pontuacao, mas o meu teclado enlouqueceu e nao consigo encontrar os acentos...

Abraracourcix, obrigado pelo comentário. Se tiveres a paciência de seguir o link para o Sol, verás que na discussão que se seguiu à notícia, e no meio da estupidez generalizada, há um interveniente, um tal "alpino" que faz muito bem as despesas da defesa da posição anti-nuclear.
Quanto a este blo, obrigado pelo cumprimento mas sofre de vários deles. O primeiro dos quais, a preguiça... e por isso nem sempre é actualizado com regularidade.
Confesso que me dão mais pica as discussões nas caixas de comentários;)

oops... assim é que está bem...
"Quanto a este blog, obrigado pelo cumprimento, mas sofre de vários defeitos".

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