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sábado, agosto 02, 2008 

Pensando melhor

A convicção generalizada é a de que a comunicação de Cavaco ao País foi um caso de "montanha que pariu um rato".
Como qualquer outro acto político, a iniciativa pode ser discutível mas é estranho ouvir criticá-lo por apresentar problemas complexos numa linguagem complexa.
Numa época em que se fala de menorização da política, Cavaco falou aos portugueses adultos nos exactos termos em que a questão complexa objecto da comunicação é por ele, Presidente da República, entendida.
E a questão em causa não é uma treta qualquer, não é o preço da gasolina, ou outra banalidade do dia a dia. É um dos pontos centrais da função que exerce, isto é, a questão da soberania.
Para isso foi eleito por uma maioria de portugueses.
Menorização da política, sim, é o argumento de que se "incomodou desnecessariamente os portugueses" ainda por cima prestes a ir para férias, sobre um assunto que poderia ser tratado nos seus "locais próprios", isto é, a noção de que o Presidente só deve falar sobre problemas comezinhos que as massas percebam e quando não estão em férias, e os assuntos importantes são tratados nos bastidores.
Questione-se ou não o objectivo político da iniciativa, foi um acto de honestidade democrática.
O que parece incomodar muitos críticos da "degradação da política", é que Cavaco não tenha feito uma tradução "para as crianças e o povo".

Ele há postes que justificam comentários, enquanto “outros” requerem “outro” tratamento.
Duvido que o amanuense de plantão ao discurso aceitasse um tradução “a la cavaco”, ainda se fosse da Maria…Aí Sim! Talvez fosse caso para um “cavaqueano”: Sim senhora!
Os putos /canalha e o povo / “pobo” iriam reconhecer, mesmo sem entender.
Aliás, vendo bem, se só se “incomodou desnecessariamente os portugueses” prestes a ir para férias , o que sobra não vai além petulância bolorenta e despicienda.

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