Quem não tem cão caça com gato
Os defensores da central nuclear proposta por Patrick Monteiro de Barros (1) adiantam que querem ver o país "discutir" (ler: adoptar sem mais delongas) a opção nuclear, por preocupações com a nossa dependência do consumo de combustíveis sólidos, um recurso que está em vias de desaparecimento, e com as emissões de CO2 que tão caro nos custarão no âmbito dos protocolos de Quioto.
Ora, segundo o Público de hoje, a
" Nova refinaria de Sines vai emitir seis milhões de toneladas de carbono
A refinaria que o empresário Patrick Monteiro de Barros e outros investidores pretendem construir em Sines vai emitir seis milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano, constituindo uma das instalações industriais do país com maior contribuição unitária para o aquecimento global. Este número foi confirmado ontem ao PÚBLICO pelo secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, e é avançado também pela associação ambientalista Quercus."
A refinaria que o empresário Patrick Monteiro de Barros e outros investidores pretendem construir em Sines vai emitir seis milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano, constituindo uma das instalações industriais do país com maior contribuição unitária para o aquecimento global. Este número foi confirmado ontem ao PÚBLICO pelo secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, e é avançado também pela associação ambientalista Quercus."
Afinal, se os combustíveis sólidos vão acabar, ou se pelo menos é consensual em todo o mundo (até na China) ser imperioso reduzir drasticamente a dependência deles, para que é a refinaria?
Para que servem instalações para alimentar uma "fileira" quando em simultâneo se pretendem construir outras cujo alegado objectivo é acabar com ele?
E as emissões? Afinal a preocupação com o problema das "emissões", é real ou é marketing?
O Sr. Patrick está preocupado com problemas energéticos e aliviar a nossa dependência ou quer apenas construir alguma coisa muito grande, dispendiosa, perigosa, poluente e indesejável?
Na minha opinião, e mesmo assim atendendo à crise em que nos encontramos, o Governo português, a colocar esta hipótese "na agenda", parafraseando o André Carvalho, terá de tomar uma atitude muito diferente daquela que foi tomada por outros governos face ao investimento estrangeiro em períodos recentes .
Não há cá "benefícios", pelo contrário, só se deverá admitir a construção da refinaria com contrapartidas muito claras de que possam beneficiar de forma visível e directa todos os portugueses, como os preços de venda ao público dos produtos produzidos.
(1) Imagem tirada de Indymedia.org
O sr. Patrick conta com financiamento dos fundos da bolsa Wall Sreet para a refinaria!
Posted by sabine | 11:51 da manhã
Não se pode censurá-lo, quem seria suficientemente louco para entrar com o seu próprio dinheiro?
Posted by rui | 1:05 da tarde
Não conheço nenhum dos projectos do Sr. Patrick, mas este, à primeira vista, não me parece que seja algo que se deva apoiar.
Abraço
Posted by André Carvalho | 1:37 da tarde
Caro André, és sempre bem vindo ao Bidão, obrigado pelo comentário.
Quanto ao nuclear, vamos continuar o debate.
um abraço
rd
Posted by rui | 1:55 da tarde
Olá Rui,
É só para te lembrar que ainda estou à espera da resposta ao e-mail que te enviei. :)
Abraço
Posted by Anónimo | 11:04 da tarde
ESte "POST" é, em termos de internet, antigo como a Sé de Braga.
No entanto gostava de chamar a atenção para o título.
Na realidade deveria ser
"Quem não tem cão, caça comO o gato!"
ou seja, de forma solitária.
:-)
Posted by Anónimo | 4:28 da tarde
Fantástico. Ainda há quem visite este bidão. Adormecido. Muito obrigado pelo comentário.
Posted by rui | 9:11 da manhã