Na calha
Sem ter conseguido matar ninguém até ao momento, a "conspiração de Heathrow", é uma vitória militar do fundamentalismo islâmico, pelo isolacionismo, contra a globalização, pelo medo, contra a liberdade.
Cinco anos depois do início da "Guerra ao Terror", o "Ocidente", de "vitória em vitória", patinha na lama do Iraque, morde o pó no Afeganistão e enterra-se numa cumplicidade criminosa com os acontecimentos no Líbano.
Pode dizer-se que não há receitas para combater o terrorismo, mas é inegável que a estratégia de confronto cego que tem vindo a ser seguida não está a dar, nem vai dar resultados.
Ainda assim, ter-se impedido o massacre de centenas de pessoas foi a vitória possível no campo onde ainda é possível obtê-las: o da eficiência dos sistemas de segurança.
Errando no seu limbo psicopático, também Bush parece ver nisto uma vitória. Pelo menos uma vitória das suas teses da guerra. Resta saber quem vai bombardear já de seguida, com que solicitudes extra vai prendar a voz do dono israelita.
De forma calculada, os fundamentalistas dos dois lados da barricada empurram-no agora para uma confrontação directa com o Irão e a Síria, no delírio de que é possível alcançar hoje algo que não conseguiu no Iraque quando se pensava que a invasão seria pouco mais do que um "passeio".