Por uma questão de equilíbrio
Enquanto andei por fora de Lisboa, sem acesso à net, fui lendo por aí como a nova guerra do Líbano e o atentado de Londres têm dado volta à cabeça de tanta gente.
Constança Cunha e Sá escreveu sobre o assunto, no Público, um artigo aflitivo de irrelevância ( e por isso mesmo elogiadissimo por alguns) .
O tema, é ainda, pasme-se, passados cinco anos sobre o 11 de Setembro com as guerras do Iraque e do Afeganistão em curso e o conteúdo do tal roadmap para a paz no Médio Oriente revelado em toda a sua crueza, sobre "a esquerda" e "o anti-americanismo". Dá para acreditar?
Como cassette parece que já nem na Festa do Avante se encontra tão demodé.
Pulido Valente, sem espanto, contribuiu honestamente com a sua quota parte para o festival de bacorada de Verão com um artigueco anódino em que se aproxima das teses da "guerra das civilizações". Já vem atrasado, mas há sempre tempo de aderir ao comboio neo conservador...
O mais perigoso porém, foram os artigos da senhora Ester Mucznik, que ainda por cima parece que desempenha um cargo qualquer na comunidade judaica portuguesa.
Sem ela perceber, a duplicidade patética dos seus textos são um gravissimo caso de propaganda anti-semita que é urgente combater.
Com esse fim, proponho a leitura deste texto do israelita Yitzhak Laor publicado na London Review of Books, para que se tenha consciência de que há um vasto sector da opinião pública israelita que não é constituída por fanáticos irracionais do calibre da senhora Mucznik, do governo de Israel, grande parte da opinião pública desse país, e alguns expoentes da blogosfera portuguesa.
Ainda sobre este assunto, parece-me importante a leitura do melhor texto que eu vi escrito na imprensa portuguesa sobre o problema do Médio Oriente.
É utópico, sim, mas propõe o que me parece ser a única saída para a crise que não seja a destruição final do estado de Israel numa catástrofe que nos arrastará a nós também.