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domingo, março 11, 2007 

Comprar o Expresso outra vez?


Foram ouvidas as preces de críticos amantes da imprensa livre preocupados com as tiragens, como Eduardo Cintra Torres, e a direcção do Diário de Notícias foi entregue a um ex-jornalista desportivo e ex-director de um diário, que à sua peculiar maneira, é também um jornal de referência, o Correio da Manhã.

As mudanças não se fizeram esperar e hoje na primeira página do venerando jornal pudemos ter um cheirinho das novas orientações com o artigo


É um bom exemplo de como se pode contribuir para o diálogo político sem recorrer às insuportáveis tiradas panegíricas que perseguem José Sócrates desde que há uns anos atrás apareceu num Congresso do PS com um banal casaco de cabedal preto(1) que, vá-se lá saber porquê, provocou uma histeria nos media e ficou célebre.

Quero dizer, continua a discutir-se o mesmo género de assunto, mas pelo menos não se dá logo de barato que José Sócrates nasceu para o poder, ainda que seja intrigante que o título de artigo tão importante associe um homem de quem se diz que parece um robot, a dois personagens mediáticos que deixaram saudades, John Kennedy e Cary Grant.

Com a imprensa de referência a discutir este género de assuntos, uma táctica que emula a do Governo para "esvaziar a oposição", "tira-se espaço" à imprensa tablóide e cor-de-rosa, e acaba-se de vez com a imprensa de referência em Portugal.

Começa a tornar-se difícil comprar um jornal ou revista portugueses "de referência" se a ideia for realmente lê-lo à cata de informação ou ideias interessantes. Se já vem quase tudo no "Destak" e no "Metro"...
1 estamos a falar de uma porra de um banalérrimo casaco de cabedal preto, é preciso que se note para se ter uma noção da aldeia que isto é.