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domingo, março 04, 2007 

Espinha

Uma plêiade de "opinion makers" está indignada com a "blindagem" dos estatutos da PT.
"Não se deixou o mercado funcionar", uma frase que deve fazer luz nas mais recônditas serranias de Norte a Sul do País.
Daí aos trocadilhos óbvios sobre a "blindagem" do País era quase inevitável.
Mas o Estado, de acordo com as cândidas palavras do Ministro Lino, ao abster-se na votação, manteve-se neutral, pronto para o que desse ou viesse, inclusivamente para que o mercado funcionasse...
Então qual é o problema?
É que afinal se descobriu que a abstenção não é uma forma de neutralidade, uma posição autónoma acima mesmo do voto expresso.
Foi preciso este ilustrativo caso para todos perceberem de trombas que a "neutralidade" e a "abstenção" não fogem à lógica de uma votação.
Foi bem, foi mal... o futuro o dirá, mas o que se passou é sem dúvida uma achega para a teoria do Portugal plural do Rui Ramos.
É que há 100 anos, a populaça idealizava um Zé do Telhado que alegadamente "roubava aos ricos para dar aos pobres". No século em que entrámos há dias, o 21, divide-se no aplauso a personagens do tipo Joe Berardo ou Belmiro de Azevedo.