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sábado, março 29, 2008 

Peak Oil

Muita gente anda preocupada com as consequências do que parece ser a rápida depleção das reservas de petróleo.
É óbvio que todos devemos estar preocupados, e é óbvio que já hoje muitos governos, indivíduos, instituições e empresas tentam pensar seriamente no problema.
Algumas previsões, porém, anunciam um fim tão rápido e brutal que se torna inútil fazer qualquer coisa para enfrentar essa crise.
O impacto é apresentado como tendo a violência de um meteorito e não deixa muitas alternativas a uma reflexão sobre o tema.
É o mito fascinante do "fim da civilização" passados alguns anos do fim do milénio e pouco mais de dez anos depois do histó(é)rico "Choque das civilizações".
Basicamente o cenário apresentado é o do salve-se quem puder. O que se pode fazer com um meteorito à porta?
Se acontecer como descrevem, não haverá nada que possamos fazer e é sobretudo inútil a tentativa de perspectivação política de alguns teóricos.
Claro que haverá sempre clientela para os inumeros livros do catálogo do site Life after the Oil Crash sobre técnicas de sobrevivência, numa linha de exacerbação da paranóia do "sobrevivente individual à catástrofe" que alimenta as imaginações desde que se começaram a construir bunkers privados durante a guerra fria.
E os livros dos teóricos sempre tenderão a ser sucessos de vendas no mal afamado sistema capitalista- enquanto este durar - e ser alvo de falatório.
Mas alguém acredita que se as coisas se passarem realmente assim, é por um sujeito ter uma quintinha algures na parvónia com a casa artilhada de painéis solares e ventoinhas e uma hortinha à porta que vai estar ao abrigo do que acontecer quando milhões estiverem em carência de água, abrigo e comida?

Obviamente, não !!

Mas além disso penso que devemos insurgir-nos contra um certo tipo de "optimismo alternativo", que até ver mais não tem feito que capitalizar as expectativas que semeia de que é possivel manter sem custos ( de toda a ordem ) incomportáveis os niveis de consumo de energia instalados.

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