Encruzilhada democrata
Finalmente Hillary deu o braço a torcer e admitiu uma derrota que era evidente há já algum tempo perante o outsider Obama, o candidato mistério mas cheio de "carisma".
Foi certamente um golpe pessoal muito violento.
O que é de lamentar neste caso é que não tenha sido ela a candidata democrata nas eleições de 2000 quando um Al Gore sem firmeza aceitou uma derrota fraudulenta e abriu caminho a uma época negra para os EUA, interna e externamente. Ela teria tido certamente uma posição muito mais firme.
Se ganhasse estas eleições Hillary significaria provavelmente uma politica externa mais centrista e em continuidade com os anos Bush, mas é de crer que internamente seria mais benéfica para os americanos.
Que Obama é inteligente prova-o a vassalagem que se apressou a prestar ao lobby israelita.
Ele sabe que será suficientemente difícil enfrentar a máquina de investigação e produção de escândalos e fraudes que elegeu o Bush e estará ao serviço do seu adversário republicano, pelo que mostrar um mínimo de independência face à AIPAC seria suicídio político.
Mas essa necessidade de prestar vassalagem, mesmo que determinada por algum tacticismo na preparação do embate com McCain, evidencia a dependência total de qualquer presidente americano face ao governo israelita de quem recebe instruções quanto ao caminho a seguir no Médio Oriente, pelo que se torna difícil entender como vai Obama aplicar uma política mais dialogante e satisfazer as expectativas de muita gente à esquerda quanto a uma eventual inflexão na política externa americana.
Como vai ele "dialogar" com um país, o Irão, acerca do qual um político israelita definiu já que a prioridade é atacá-lo?
Uma coisa é ter-se oposto à guerra do Iraque, mas poderá ele retirar pura e simplesmente?
Se houver alguma diferença, e isso é ainda uma grande incógnita, será na política interna e será também uma questão de estilo. Por muito antagonismo que continuem a suscitar as políticas americanas, pelo menos constituirá algum alívio ver sairem de cena criaturas sinistras como Dick Chenney, Condolezza Rice e o resto da pandilha neoconservadora.