Não corram com ele...
Os resultados elitorais mostram que para além da CDU, o único partido que não capitalizou com a perda de votos do PS, foi o PSD.
A razão parece clara.
O PSD foi o partido que durante mais tempo apostou tudo no ataque pessoal e em jogadas de propaganda suja, em detrimento de ideias e propostas.
O verdadeiro derrotado nestas eleições não foi a pobre Manuela Ferreira Leite, uma Senhora respeitável que um grupo de tresloucados em má hora foi arrancar ao repouso doméstico para a submeter ao convívio forçado com uma populaça mal cheirosa, o verdadeiro derrotado foi o sinistro Pacheco Pereira, cuja valia intelectual e capacidade de trabalho há muito que descambaram num percurso cada vez mais marcado por um rancor doentio de par com a obsessão conspiratória.
O único assunto que Pacheco parece hoje dominar são as tramóias de bastidores e o exacerbar das tendências populistas mais broncas, caceteiras e revanchistas, que fazem do PSD um partido onde, vindas dos portugais profundos e outras simpatias bizarras por ex-ditadores no activo em Portugal, disfarçadas de "avaliações objectivas", surgem zonas de sombra onde o laranja assume por vezes tonalidades perigosamente acastanhadas.
O outro derrotado nestas eleições, refém desta estratégia de cheiro putrefacto, é o PSD tecnocrático e competente, o único que poderia efectivamente embaraçar a liderança de José Sócrates, mas esse é claramente minoritário e saiu de campo desde a defenestração de Marques Mendes, já estava derrotado à partida.