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terça-feira, março 08, 2011 

Mal me quer, Bem me quer

Já se percebeu que ninguém percebe ponta de um caracol do que se passa na Líbia.
Mas está-nos na massa do sangue produzir narrativas... é um bloqueio cultural que torna impossível a confissão de impotência ou ignorância.
Assim, toda a gente se vê em palpos de aranha para arranjar uma "leitura" que se adeque à sua visão pré-formatada do que "devem ser" os factos.
À luz da lógica de uma qualquer batata.
Kadhaffi: herói ou vilão? Se herói, como o poderá indiciar a sua obsessão pelo "Verde", como conciliar com comportamentos bizarros como a enfermeira ucraniana e as ninjas - para não falar em Lockerbie? Como conciliar com os abraços ao "nosso" Sócrates, supremo traidor, arqui-inimigo da democracia?
Se vilão, (suspeito, sobretudo, não por qualquer malfeitoria real ou imaginária contra o seu povo, mas  por ter aderido à Guerra ao Terror bushista) explicam-se os abraços ao Sócrates e os desenvolvimentos de Lockerbie, mas como explicar as recentes movimentações bélicas do imperialismo anglo americano e seus lacaios europeus e árabes contra ele?
Como explicar o comportamento das massas líbias? Mas afinal os gajos que ainda há dias empolgavam pela sua sede de liberdade, eram os malandros?  Democratas mas tolerantes do imperialismo e logo, por definição, não democratas? Fundamentalistas islâmicos mas "anti-imperialistas" e logo, "consequentes"?
Repugnante torcionário, capaz de bombardear o seu próprio povo para se manter no poder, ou heróico resistente em luta desesperada para salvar o que resta dos escombros da Revolução Africana - aí vale tudo menos tirar olhos porque os "superiores interesses" do "povo" o exigem?
É fechar os olhos e tirar a rifa.