Mútuas ilusões
opostos da barricada nutrem idênticas ilusões quanto ao significado das revoltas em curso no Médio Oriente.
De um lado, a retórica síria de resistência árabe contra Israel e os Estados Unidos já não abafa a repulsa da população por décadas de repressão brutal imposta por um regime despudoradamente oligárquico. A aflição de alguns "progressistas" pelas perspectivas de queda de mais este "bastião de resistência anti-sionista" é um erro histórico.
Do outro lado, a ilusão de Obama e outros líderes ocidentais de que o triunfo das revoltas populares na região terá como consequência a "paz" tout court, isto é, o advento de regimes submissos perante Israel.
Se das revoltas em curso sairem alternativas efectivamente democráticas, o natural é que o oposto de verifique em ambos os casos: a erradicação do bárbaro regime sírio e o aumento do isolamento regional do estado racista de Israel.