Madeira exótica
Honra lhe seja feita, o mítico Kadhaffi atlântico acaba de baralhar os ingredientes com que se enrola o menu relambido das análises políticas.
O monumental descontrolo orçamental num bantustão que possui sem qualquer espécie de restrição de origem local ou nacional, há quase quatro décadas quatro, destrói o ridículo e demagógico aprumo de bom aluno "fiscalmente responsável" ao partido do Governo e embaraça alguns dos que do Continente, perdoando-lhe com bonomia alguma truculência mais colorida e não tendo de o aturar directamente, o idolatram como ícone do anti-"politicamente correcto" e sólido bastião anti-socialista.
Mas ao ignorar os apelos de contenção orçamental e garantir a defesa dos postos de trabalho dos funcionários públicos madeirenses mandando às malvas a sinistra "solidariedade nos sacrifícios", defendendo o que nuns locais seria classificado como a sua "clientela", e noutros, os "direitos dos trabalhadores", encurrala os seus adversários na barricada da mesma "responsabilidade fiscal" que, no Continente, acham uma catástrofe imposta pelo neo-liberalismo, que "impede o crescimento" e arruina o País.