domingo, janeiro 07, 2007 

Quando o impossível acontece

é FABULOSO

 

Sindroma al-Sahhaf

Apesar de ver pouco televisão, é com uma certa frequência que nos últimos tempos tenho apanhado excertos de entrevistas da jornalista Márcia Rodrigues ao embaixador iraquiano em Portugal.
As declarações produzidas repetem o que temos ouvido periodicamente ao longo dos últimos anos a vários outros políticos, entre os quais ex-Primeiro Ministros iraquianos, sobre os progressos na reconstrução do Iraque, o enfraquecimento e isolamento progressivos dos terroristas, etc.
Pela flagrante contradição com a realidade que nos é possível perceber, lembram ainda outros embaixadores em crises diferentes, como o Ali Alatas de má memória.
O seu optimismo traz-me de volta à memória o antigo ministro iraquiano da informação, agora com outro discurso:
"there are no terrorists in Irak"...
"É só em Bagdad, porque Bagdad é uma cidade muito grande, e ainda por cima é lá que estão os media. O resto do Iraque está pacífico".
Numa altura em que o principal impulsionador da guerra, a administração Bush, é obrigada a reconhecer os resultados de um percurso de três anos pejado de vitórias e "landmarks" cumpridos, que papel acha o embaixador que faz ?

segunda-feira, janeiro 01, 2007 

Senilidade

O grau de relativização do carácter do anterior regime português e do papel do seu ditador mais emblemático, varia em certas pessoas na razão inversa da convicção com que defendem a aplicação da pena de morte ao ditador iraquiano.
É a senilidade das convicções políticas.
A memória de factos passados perde-se e encara-se o tratamento a dar pelas democracias aos criminosos com a volubilidade galinácia que tanto preconiza num momento as torturas mais horriveis por dá cá aquela palha para "que se faça justiça", como no outro se enternece com o vígaro mais sinistro .