Pachorrenta a manif oficial do 25 de Abril.
Um tipo chega ao fim a repensar nas razões deste tributo a uma nostalgia algo estéril.
No Rossio, uns discursos patéticos deprimem-me. Fora do tempo.
Salvou-me o ter encontrado uma amiga tão perplexa como eu, perdida na debandada mole.
Ainda fomos à caminhada à António Maria Cardoso.
Equívoco.
Por mim arrasava pura e simplesmente o local, quais Museus, quais caraças.
Uma geração que convive mal com a sua chegada à terceira idade quer perpetuar os seus feitos de juventude encerrando a realidade num Museu, a que chamam "Abril", envolvendo o acto e o mês em mofo.
Passe-se adiante, por favor.
A única coisa de jeito veio mais tarde.
Um polícia bem informado explicou com calma a um transeunte assustado com a gritaria que vinha da Rua do Carmo:
"É a manifestação dos Movimentos Radicais".
E assim se reviveu graças aos anarcas, um pouco do cheirinho do 25 .
Bandeiras negras, encapuçados, agitação, malta nova .
Pedrada no charco. E uns carros da bófia de choque com umas manchas de tinta lilás.
Assim, sim.