Bidão Vil

No 25cm de neve refere-se que o Eduardo Pitta do blog Da Literatura concluiu um post sobre o festival aéreo previsto para o Porto no próximo fim de semana com a frase:

"Em que outro país da Europa se não Portugal isto seria possível?".

Eu diria mesmo:

Em que outro país da Europa se não Portugal, ou mesmo do mundo, a primeira reacção das pessoas ao menor contratempo é dizer:

"Em que outro país da Europa se não Portugal isto seria possível?".

Perdidos

Velázquez estava lá.

A gerência do Nicola mudou, e aparentemente foi entregue a uma entidade que explora também a Brasileira.

Em época de necessidades de "rentabilização" de espaços comerciais, são de esperar para muito breve as "inovações" conducentes ao afoleiramento rápido do local que era um dos mais decentes de se frequentar na Baixa de Lisboa.

Só os incautos estranharam as conclusões do inquérito à morte da jornalista russa Anna Politovskaya.

A conclusão é escrita ao estilo malabarista do Pacheco Pereira:

Quem a matou não foi ninguém ligado ao poder, a quem ela incomodava, mas gente interessada em desacreditar o regime.

Depois das brilhantes prestações da impoluta justiça britânica no caso David Kelly e quando libertou o Pinochet, depois da era gloriosa do fabuloso Gonzales e os seus Guantanamos, Abu Ghraibs e redefinições criativas (legais, emanando de um poder democrático e portanto inquestionavelmente justas) do conceito de tortura, o pessoal pensava que o Putin, para além de mau, era parvo?

Eles aprendem connosco ( ou melhor CONVOSCO, pá).

É talvez uma questão mais do domínio da "psicologia social" do que da política.

Quando se discute um pouco com aqueles que criticam violentamente a actuação dos activistas anti-transgénicos em Silves porque "prejudicaram a causa que dizem defender", percebe-se que normalmente se estão nas tintas para o problema dos transgénicos hajam ou não acções de protesto de que tipo seja.

Neste blog tive uma troca de comentários elucidativa.

Segundo notícia que tem corrido mundo, a actriz francesa Fanny Ardant foi processada por um advogado italiano por ter dito publicamente que considera Renato Curcio, antigo lider das Brigadas Vermelhas italianas, "um herói".

Independentemente de se concordar ou não com a opinião manifestada, convém perguntar se este processo não é um atentado à liberdade de opinião.

Ou será que os "direitos inalienáveis" à liberdade de expressão não são válidos para todos os "órgãos" de comunicação?