Como tudo pode acontecer
No editorial do Público de Sábado 5 de Janeiro, a propósito das eleições americanas e dos candidatos Obama e McCain, aconteceu a seguinte passagem:
"... Uma mudança no estilo da política fraccionista e sectária que tem marcado Washington desde o início dos anos 1990".
A duplicidade é evidente: o período referido inclui a administração Clinton, o que esbate a verdadeira catástrofe que foram ( têm sido) os anos 2000, da responsabilidade da seita do Bush filho.
Apesar dessa duplicidade, a frase surpreende pelo nome de quem a subscreve, José Manuel Fernandes, um dos mais veementes porta-vozes na imprensa portuguesa da política fraccionista e sectária (para dizer o mínimo) da administração Bush.
Fernandes escreveu editoriais socorrendo-se de teóricos das várias matizes do intervencionismo bélico americano neo-conservador como Robert Kagan e Robert Kaplan, precisamente os intérpretes e inspiradores dessa política fraccionista e sectária.
Sabendo-se que nunca escreveu uma linha de reflexão honesta sobre o logro que tem sido essa política, o que se terá passado para este desabafo ?