Tinha de acabar assim
Intrigante a necessidade de se organizarem eleições em certas ditaduras.
Não serve para nada e de vez em quando é isto, o tiro pela culatra.
E agora torna-se cada vez mais claro que Robert Mugabe só deixará o poder morto de morte natural ou a tiro.
Impossível fazê-lo em eleições.
De resto, cabe também perguntar: substituir Mugabe, para quê?
Que fará, que credibilidade tem quem vier a seguir "governar" um estado na banca rota?
Há anos já tivemos o duvidoso privilégio de assitir ao lento deslizar da Guiné-Bissau para o pântano (é dizer pouco) em que se encontra actualmente, entre golpes e eleições mais ou menos democráticas.
Tornou-se há muito claro que Mugabe levou o seu país para a inviabilidade com o seu racismo e, porque não dizê-lo, com a sua estupidez, e agora quer levá-lo para a guerra civil que não se travará entre fazendeiros brancos e ricos e a população negra como num romance histórico de propaganda. Os fazendeiros brancos e ricos estão fora deste combate.
Uma herança do beco sem saída a que se chegou com as pretensões de legitimidade superior do partido único que dirigiu a luta pela independência e a manipulação dos "antigos combatentes" como tropa de choque.
O pecado original de muitos países africanos.