Para acabar
1- Foi pouca porrada, apenas uns empurrões e uma garrafita de água desperdiçada.
De um ponto de vista pragmático deve reconhecer-se que efectivamente poderia ter sido pior. Ainda bem que o não foi. Apesar disto o representante do maior partido português e seu cabeça de lista às eleições europeias foi impedido de participar numa manifestação.
Se ninguém acharia normal que um representante de um partido minoritário, o Jerónimo de Sousa, por exemplo, fosse impedido de participar numa manifestação, alguém pode achar natural que o representante do maior partido português o seja?
2- Foi despropositada a exigência de pedidos de desculpa.
O que seria normal teria sido que o Secretário Geral da CGTP o fizesse, pelo seu pé, mas isso, pelos vistos, é pedir demasiado.
Quanto ao PC, é abusiva a exigência, uma vez que se tratava de uma manifestação sindical e não do PC, e se o PC tem obrigação, como qualquer partido que literalmente “faz o jogo” democrático, de repudiar a acção, o que não fez, não é líquido que tenha de responsabilizar-se pelas acções de caceteiros entre os seus militantes. Já lhe fica suficientemente mal o não ter repudiado os caceteiros.
3- O “aproveitamento” da cena por Vital Moreira...
Eu gostaria que os animais que atacaram o Vital, o tivessem feito, por mera hipótese e apenas nesta medida e para este efeito, ao Marcelo Rebelo de Sousa ou a outra figura mediática do género. Seria na mesma inaceitável mas serviria para dar a esse pessoal uma noção do que significa exactamente “aproveitamento”.
4- Marcelo tem uma justificação sólida para falar de aproveitamento.
Imagina o que conseguiria fazer com um facto político que não precisa de ser inventado e indigna-se com o "desperdício" que é, nas mãos inábeis de Vital.