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quinta-feira, outubro 01, 2009 

Passa a outra

Com dificuldade em gerir a perplexidade causada pelas incongruências da declaração do Cavaco, os comentadores intimidados pelo papel de "árbitro", ou "referência", associados ao Presidente da República, insistem em dizer que a questão das escutas "não foi clarificada".
Teresa de Sousa, por exemplo, faz o pleno: Cavaco clarificou a questão das escutas? "Sim e Não". Olhe, obrigadinho... ao menos o João Pinto no final do jogo sempre dava o "prognóstico"...
O que pretendem? Que o Cavaco afirme, preto no branco, que não tem qualquer indicação de que houve escutas, ou que a haver escutas, foram encomendadas pelo governo? Podem esperar sentados.
Isso é uma afirmação que ele só proferiria em tribunal e sob juramento.
Alguém ainda pensa que tendo o Cavaco sentido necessidade de arranjar uma forma de fugir à questão principal, focando a sua declaração num problema secundarissimo que tratou com espectacular inépcia, o de umas figuras secundárias do PS o terem chateado nas férias, teria rebuço ou contemplações em falar em tempo útil, antes das eleições, caso tivesse a mínima base para suportar a questão das escutas?
Alguém duvida, de que a conversa de que o silêncio era para não "influenciar" as eleições, deixando no ar a insinuação de que as "revelações" poderiam mesmo "prejudicar o PS", se destinou apenas a criar um falso suspense para beneficiar o PSD ?
Quanto ao mais, se é detectável a manifesta repugnância do Presidente em aceitar que não tem nada na manga, basta ler o que ele disse, não são necessárias grandes "interpretações":
Ele, Cavaco, as fontes autorizadas, os Chefes das Casas Civis e Militares, nunca falaram em escutas. Admite que "não é crime" "alguém" falar em escutas ou ter dúvidas, mas o facto de "alguém" supor o que lhe dá na mona "não ser crime", não é também uma prova. De outra forma não se compreenderia porque é que as fontes autorizadas nunca o admitiram.
Num limite de casuística, pode até admitir-se que o Presidente e as fontes autorizadas nunca poderão dizer que "não há escutas", porque ninguém sabe ao certo até que ponto pode ir a sofisticação das tecnologias de vigilância. Mas isso é válido para todo e qualquer cidadão e instituição deste planeta, Meu Deus.
Supondo que estes comentadores não querem insultar ainda mais a já abalada inteligência do Cavaco, há aqui alguma coisa que precise de ser mais "clarificada"?