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terça-feira, dezembro 01, 2009 

Mensagem de Natal


Bastou o pessoal ter recebido o subsídio de Natal
 para que as Amoreiras voltassem a encher
como há anos eu não via.
Nem imagino como estejam os outros
centros comerciais.
                                                  (antigo poema persa)
Avidez de tirar a barriga de misérias e a escavacar o cacau. Pens, whiskys, areia para o gato, botas (9 em cada dez mulheres com quem me cruzo usam botas de cano de várias marcas e feitios), blazers, quinquilharia vária, perfumes e artigos cosméticos, gadgets de toda a ordem, até livros, a começar pelo excelente "A Vertigem das Listas" do Umberto Eco publicado pela Difel...
Esqueçam o Dubai, esqueçam os activos tóxicos e os bail outs. Paguem mas é o subsídio ao pessoal... que logo a economia reanima.
Entre os que se acotovelavam nas bichas estava certamente muita gente preocupada com o despesismo, o rumo incerto da economia (comprando livros sobre o problema... e aí está o excelente Santiago Niño Becerra sobre a Crise de 2010 candidato a best seller), o estado do País, o facto de a nossa civilização consumista nos ter conduzido a "um beco sem saída"..., gente sensível aos avisos que sujeitos com ar bem nutrido e instalado na vida e o à vontade de quem vive a vida sem excessivos problemas (se exceptuarmos os existenciais...) nos fazem de que provavelmente a próxima crise nos levará de volta pelo menos para os anos cinquenta do século passado de que nunca deveriamos ter saído se não tivessemos embarcado colectivamente na aventura consumista... enquanto criticam o Governo por timidamente sugerir a necessidade de aumentar impostos e reduzir regalias por não conseguir encontrar outro rumo para sair da crise sem beliscar o estatuto e os "direitos adquiridos" (não é só dos sindicatos a história dos direitos adquiridos) da "classe média"...