O ex-secretário de estado americano William Cohen descreveu na CNN as vantagens de Hosni Mubarak. Só bons serviços para a "estabilidade" da região.
Um egipcio vivendo na América diz que "certamente haverá razões para protestar" mas Mubarak tem "desenvolvido" o País... embora ele não esteja lá para defender o Mubarak.
Interessante, porque nos meios mais insuspeitos surge a preocupação sobre "o que virá depois"... pois...
No fundo o que está a acontecer é aquilo que o Bush disse que queria fazer no Iraque, só que sem americanos, sem ocidentais paternalistas, sem ONGAS predadoras.
Tudo isto parece a tyeoria do dominó concretizada... mas sem os timoneiros ocidentais no leme...
E nestas circunstâncias estão os americanos preocupados com o que poderá acontecer com o derrube de um ditador e a instauração de uma democracia, eventualmente uma "democracia islâmica", que eventualmente abandone o lugar de cumplice na repressão dos palestinianos como é actualmente o regime egípcio, e reinstaure um modicum de igualdade e decência entre os egípcios.
A questão está mais do que identificada: Durante décadas a política pragmática do Ocidente, para proteger Israel mas não só, acabou por permitir que para as grandes massas árabes o ocidente seja resultado de corrupção e ditadura. O resultado é que para eles, o conceito de democracia é bem diferente da imagem que democracia à ocidental adquiriu graças aos "nossos" ditadores. Logicamente que nesse conceito de democracia, a solidariedade islâmica jogará inevitavelmente um papel.
Mas... não é suposto que nas democracias os povos decidam por si?
Há o risco de emergir do processo uma solução à iraniana, sem dúvida. Mas qual é a solução? Acreditar na possibilidade de uma real solução democrática e independente, ou a adesão à hipócrita solução do "nosso ditador"?